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Violência no Haiti: interior da Penitenciária Nacional de Porto Príncipe após o ataque de gangues armadas, neste domingo (3)
Violência no Haiti: interior da Penitenciária Nacional de Porto Príncipe após o ataque de gangues armadas, neste domingo (3)| Foto: EFE/ Siffroy Clarens

Grupos armados invadiram neste final de semana a Penitenciária Nacional de Porto Príncipe, a maior prisão do Haiti, e libertaram cerca de quatro mil detentos , quase todos os encarcerados, após intensas trocas de tiros com a polícia durante horas nos arredores do presídio.

A tomada da prisão por membros de gangues fortemente armadas ocorreu após horas de ataques, segundo os próprios grupos de criminosos haviam anunciado nas redes sociais desde o dia anterior, o que também foi confirmado pelas autoridades do país.

Entre os criminosos na prisão estavam os colombianos acusados ​​de participar do assassinato do presidente haitiano Jovenel Moise, em julho de 2021, bem como líderes de gangues que aguardam julgamento.

Depois da principal prisão do país, o Palácio Nacional poderá ser o próximo alvo de grupos armados, que estão determinados a derrubar o governo do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry.

Várias versões sugerem que o objetivo dos grupos armados seria ganhar força antes da chegada ao Haiti da missão multinacional de apoio à segurança que será liderada pelo Quênia.

O Quênia e o Haiti assinaram na sexta-feira (1º) em Nairobi um acordo bilateral para permitir o envio de um contingente de mil agentes policiais do país africano, no âmbito da missão multinacional de apoio à segurança que os quenianos vão liderar e à qual a ONU deu sua aprovação em outubro do ano passado.

O Haiti enfrenta uma maior onda de violência principalmente desde que o primeiro-ministro das Bahamas, Phillip Davis, declarou na quinta-feira (29) que seu homólogo haitiano, Ariel Henry, se comprometeu a realizar eleições antes de 31 de agosto de 2025.

Ao menos 10 mortos nos ataques

Pelo menos dez pessoas morreram nos ataques das gangues criminosas ao principal presídio do Haiti, localizado em Porto Príncipe. A Agência EFE conseguiu ver os corpos de pelo menos 10 pessoas nas imediações do presídio, alguns deles dilacerados por cães.

Após os episódios de extrema violência, o governo do Haiti decretou estado de emergência e toque de recolher noturno no departamento Ouest, que inclui Porto Príncipe, a capital do país. Já o toque de recolher ocorrerá no período de 18h às 5h entre domingo e a próxima quarta-feira (6).

Nas ruas, relatos sugerem que a polícia, que parece estar recuperando o controle da situação, também recolheu alguns corpos. Com isso, o número de mortos deve aumentar nos próximos dias.

O Haiti viveu neste final de semana momentos de extrema violência, com intensos confrontos entre gangues e a polícia e a entrada de grupos armados na Penitenciária Nacional de Porto Príncipe.

Nas redes sociais, há vídeos nos quais é possível ver como o poderoso líder da gangue Village de Dieu, conhecido como Izo, monitora tanto a prisão quanto o Palácio Nacional por meio de sofisticados drones. Segundo as versões que circulam nas redes, o próximo alvo dos grupos armados seria justamente o Palácio Nacional.

Os bandos utilizam frequentemente as redes sociais para revelar seus planos para assumir o controle de todas as instituições do Estado, com o objetivo de derrubar o governo.

Ainda não há notícias sobre o regresso ao país do primeiro-ministro haitiano, Ariel Henry, depois de participar da cúpula da Comunidade do Caribe (Caricom) na Guiana e da sua posterior viagem ao Quênia.

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