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Gangues armadas da maior favela do Haiti prometeram nesta quinta-feira entregar suas armas ao governo na próxima semana, seguindo o apelo do presidente René Préval por um desarmamento pacífico.

A notícia foi divulgada uma semana após Préval e o primeiro-ministro Jacques Edouard Alexis terem pedido que os membros das gangues entregassem suas armas.

O líder de um dos grupos, William Baptiste, disse que as gangues da favela Cité Soleil, nos arredores da capital, entregariam suas armas numa cerimônia na próxima semana.

- Vamos entregar nossas armas para o governo constitucional na segunda-feira porque queremos paz - declarou. - O uso dessas armas apenas leva à violência e não é disso que a sociedade precisa.

Ele pediu que o governo desarme todos os grupos, incluindo aqueles ligados à pequena elite do Haiti e aos inimigos políticos do ex-presidente Jean-Bertrand Aristide.

As gangues de Cité Soleil, que abrigam milhares de simpatizantes de Aristide, eram as principais responsáveis pela violência a favor da desestabilização do governo interino apoiado pelos Estados Unidos e instalado após a derrubada de Aristide em 29 de fevereiro de 2004.

As gangues disseram que se armaram contra o governo interino para se proteger dos repetidos ataques feitos pela polícia haitiana e pelas forças de paz da ONU.

As tentativas anteriores de desarmar as gangues não obtiveram sucesso ou arrecadaram apenas algumas armas.

Préval, ex-protegido de Aristide, ganhou as eleições em fevereiro e assumiu o cargo em maio.

- Agora, já que não consideramos a administração de Préval uma inimiga, não há mais justificativas para mantermos essas armas - completou William Baptiste.

A ONU enviou sua força de paz - atualmente com cerca de oito mil soldados e policiais - para retomar a ordem pouco após a derrubada de Aristide por uma rebelião armada.

O Conselho de Segurança da ONU renovou na terça-feira a missão por mais seis meses.

As gangues disseram que convidaram a imprensa e diplomatas a testemunhar a entrega das armas para as autoridade haitianas e representantes do programa de Desmobilização, Desarmamento e Reinserção, mantido pela ONU.

Muitas outras gangues devem tomar a mesma atitude nos próximos dias, disse um funcionário do governo, que não quis ser identificado.

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