O Brasil reivindica para si parte do sucesso na negociação para a libertação de presos políticos em Cuba. "Nós ajudamos", disse o assessor da Presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia. Na África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o chanceler Celso Amorim comemoraram o gesto de Havana. "Foi ótimo", afirmou Lula.
Garcia não deu detalhes de qual foi o papel do Brasil na negociação. "Atuamos na surdina, sem alardes", disse. O assessor destacou o papel da Igreja na negociação. "Eles estavam na hora certa e no lugar certo para bater para o gol", disse. Ele afirmou que Lula abordou o tema dos presos com o presidente Raúl Castro, durante a visita que fez à ilha em fevereiro. Na época, Lula recusou-se a comentar a morte, após uma greve de fome, do dissidente Orlando Zapata Tamayo.
O governo cubano prometeu na quarta-feira libertar 52 presos de consciência na ilha. Se levada adiante, essa será a maior libertação de dissidentes cubanos desde 1998, quando 299 foram soltos após uma visita do papa João Paulo II a Cuba. Os opositores beneficiados foram presos em 2003 na repressão conhecida como "Primavera Negra", na qual 75 foram detidos sob acusação de conspirar com os Estados Unidos.
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