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Gelo no Ártico: espessura de 1,8 metro | Martin Hartley/AFP
Gelo no Ártico: espessura de 1,8 metro| Foto: Martin Hartley/AFP

Londres - O Polo Norte vai se tornar um mar aberto durante o verão no prazo de uma década, segundo dados divulgados ontem por um grupo de exploradores que andaram pelo Ártico por três meses.

O grupo Catlin Arctic Survey, liderado pelo explorador Pen Hadow, mediu a espessura do gelo durante pesquisa realizada neste ano na parte norte do Mar de Beaufort, no Pólo Norte. Suas descobertas mostraram que a maioria do gelo da região é gelo que de forma de um ano para ou­­tro, com profundidade de apenas 1,8 metro e que vai derreter no próximo verão. Tradicional­­men­­te a região apresenta gelo mais espesso, acumulado em vários anos, que não derrete tão rapidamente.

"Com a maior parte da região coberta por gelo que se forma de um ano para o outro, ela está claramente mais vulnerável", disse o professor Peter Wadhams, que integra o Polar Ocean Physics Group da Universidade de Cam­­brid­­ge, que analisou os dados. "A área tem mais probabilidade de se tornar um mar aberto a cada verão, indicando a data potencial quando o gelo de verão do oceano tiver desaparecido completamente".

Wadhams disse que os dados do Catlin Arctic Survey dão suporte a um novo consenso de que o Ár­­tico não terá gelo de verão em 20 anos.

Matin Sommerkorn, do World Wildlife Fund (WWF) disse que o mar ártico tem uma posição central no sistema climático da Terra. "A perda de cobertura de gelo tem recentemente sido avaliada como algo que vai iniciar potentes respostas climáticas que terão im­­pacto além do próprio Ártico", disse ele. "Isso pode levar a en­­chentes que afetarão um quarto da população mundial, aumentos substanciais das emissões de gases do efeito estufa de grandes reservatórios de carbono e tornar mais extremas as mudanças climáticas globais".

O aquecimento global elevou o interesse sobre a questão da soberania no Ártico, porque o en­­colhimento do gelo polar pode abrir uma fonte de desenvolvimento e novas rotas marítimas. O rápido derretimento do gelo au­­mentou as especulações de que a passagem noroeste ligando os oceanos Atlântico e Pacífico pode um dia se tornar uma rota marítima regular.

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