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O presidente dos EUA, George W. Bush, sancionou nesta quinta-feira a lei que ordena a construção de uma cerca de 1.126 quilômetros ao longo da fronteira do país com o México. Durante cerimônia na sala Roosevelt da Casa Branca, Bush assegurou que a nova lei "protegerá o povo americano e fará com que as fronteiras sejam mais seguras". Aprovada em ano eleitoral, a medida também deve ajudar o Partido Republicano nas urnas.

A manobra irritou o governo mexicano. Em comunicado, a Secretaria de Relações Exteriores do país afirmou ser "lamentável que no debate sobre o fenômeno migratório nos Estados Unidos se haja imposto, até agora, um enfoque parcial como suposta solução para este tema".

A Organização dos Estados Americanos (OEA) expressou "profunda preocupação" pela postura americana.

"É uma medida unilateral contrária ao espírito de entendimento que deve caracterizar a atenção dos problemas comuns entre países vizinhos", disseram os países membros em uma declaraçã-conjunta.

O presidente George W. Bush se negou, durante bastante tempo, a apoiar um projeto de lei destinado a garantir o controle da fronteira. Por meses ele tentou, sem sucesso, convencer o Congresso a aprovar uma medida mais ampla que incluiria um programa de trabalhadores visitantes para os imigrantes ilegais.

O Senado chegou a aprovar o projeto defendido por Bush, mas os republicanos que controlam a Câmara dos Deputados descartaram o programa, temendo o impacto eleitoral entre os americanos preocupados com as consequências da imigração ilegal em seus Estados.

Em suas declarações, Bush insistiu que o programa de trabalhadores visitantes melhoraria a situação da fronteira e disse que os norte-americanos precisavam enfrentar a realidade de que milhões de imigrantes ilegais já moravam nos EUA.

- Precisamos reduzir a pressão em nossas fronteiras criando um plano para o trabalho temporário. Os trabalhadores dispostos a assumir as atividades que os americanos não estão assumindo em caráter temporário deveriam ser aproximados dos empregadores dispostos a dar-lhes emprego - afirmou.

A cerca de 1.126 quilômetros se estenderia por quatro Estados do sudoeste americano: Califórnia, Arizona, Novo México e Texas. A fronteira entre os EUA e o México possui 3.200 quilômetros de extensão.

A nova lei não prevê quem pagará pela nova cerca e limita-se a autorizar a construção dela. Parte do dinheiro para a cerca, US$ 1,2 bilhão, viria da lei de segurança interna sancionada pelo presidente neste mês.

Os republicanos presentes no Congresso aprovaram o projeto semanas atrás, mas demoraram até enviá-lo a Bush, deixando para tomar a medida em uma data mais próxima do dia da eleição.

Os democratas viram na nova lei uma manobra eleitoral.

- Ao abandonar a reforma ampla no setor de imigração e aprovar essas manobras políticas feitas em anos de eleição, o presidente Bush e os republicanos de Washington colocaram, mais uma vez, os interesses de seu partido acima dos interesses do povo americano - disse Luis Miranda, porta-voz do Comitê Nacional Democrata.

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