
O serviço de buscas do Google em todo o território chinês foi parcialmente bloqueado ontem, dois dias após a companhia anunciar mudanças com o objetivo de manter as licenças de operação no país.
Durante o dia não ficou claro, contudo, se o governo chinês vai conceder licença para as operações da companhia, cuja renovação expirou ontem.
A companhia disse que o bloqueio apareceu para afetar apenas as buscas geradas na função Suggest, feitas por usuários em todo o território chinês. A função recomenda determinados tipos de termos baseados nas primeiras letras digitadas pelos usuários.
"Buscas normais, que não usam buscas sugeridas, não estão afetadas", disse a companhia em comunicado.
Imbróglio
A crise entre o país asiático e a empresa norte-americana começou em janeiro, quando o Google disse que poderia encerrar suas operações na China após descobrir que contas de e-mail de ativistas em direitos humanos foram invadidas.
A companhia expôs, em um post no blog oficial, que detectou um "ataque altamente sofisticado na infraestrutura da nossa corporação, originado da China".
Investigações posteriores indicaram que "pontos primários de ataques acessaram as contas de Gmail de ativistas em direitos humanos chineses", afirmou o Google.
Em março, rompendo com a censura adotada nos resultados das buscas desde 2006, o Google adotou redirecionamento dos acessos dentro da China (google.com.cn) ao site de Hong Kong (google.com.hk), que está livre de censura.
"Está claro, a partir das conversas que tivemos com representantes do governo chinês, que eles consideram o redirecionamento inaceitável e que, se continuarmos redirecionando usuários, a nossa licença de Provedor de Conteúdo de Internet [ICP, na sigla em inglês] não será renovada", escreveu o diretor jurídico do Google, David Drummond, no blog oficial da empresa.
"Sem uma licença ICP, não podemos operar um site comercial como Google.cn, portanto o Google efetivamente se apagará na China", afirmou Drummond.
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