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Sede do Google em Pequim: direção do site de buscas na internet admite o fim das operações na China | Bobby Yip/Reuters
Sede do Google em Pequim: direção do site de buscas na internet admite o fim das operações na China| Foto: Bobby Yip/Reuters

Barreira comercial

Internet sofre restrição em vários países

Da Redação

Irã, Cuba, Paquistão e até Austrália se unem à China, em menor ou maior escala, no quesito censura à internet. Após a reeleição do presidente iraniano Mahmoud Ahmadinejad, não apenas a internet, mas a rede de telefonia do país saiu do ar. No Paquistão, o governo colocou funcionários para vasculhar os principais sites da internet, como Google, Yahoo e YouTube, em busca de conteúdo ofensivo ao islamismo. As páginas consideradas impróprias serão bloqueadas. Em maio, o Facebook foi fechado por duas semanas no país após um concurso de caricaturas de Maomé.

Em Cuba, o objetivo é o controle da informação política por parte do governo. Já a Austrália procura limitar o acesso à pornografia.

O usuário de todos esses países já está acostumado com a censura e encontra formas de furar o bloqueio, como por exemplo usando servidores substitutos, ou "proxy".

Agora, o Google se uniu a autoridades europeias e norte-americanas numa campanha para tornar a censura à internet motivo suficiente para a aplicação de barreiras comerciais contra os países. O caso será levado à Organização Mundial do Comércio.

O serviço de buscas do Google em todo o território chinês foi parcialmente bloqueado ontem, dois dias após a companhia anunciar mu­­danças com o objetivo de manter as licenças de operação no país.

Durante o dia não ficou claro, contudo, se o governo chinês vai conceder licença para as operações da companhia, cuja renovação expirou ontem.

A companhia disse que o bloqueio apareceu para afetar apenas as buscas geradas na função Suggest, feitas por usuários em todo o território chinês. A função recomenda determinados tipos de termos baseados nas primeiras letras digitadas pelos usuários.

"Buscas normais, que não usam buscas sugeridas, não estão afetadas", disse a companhia em comunicado.

Imbróglio

A crise entre o país asiático e a empresa norte-americana começou em janeiro, quando o Google disse que poderia encerrar suas operações na China após descobrir que contas de e-mail de ativistas em direitos humanos foram invadidas.

A companhia expôs, em um post no blog oficial, que detectou um "ataque altamente sofisticado na infraestrutura da nossa corporação, originado da China".

Investigações posteriores indicaram que "pontos primários de ataques acessaram as contas de Gmail de ativistas em direitos humanos chineses", afirmou o Google.

Em março, rompendo com a censura adotada nos resultados das buscas desde 2006, o Google adotou redirecionamento dos aces­­sos dentro da China (google.com.cn) ao site de Hong Kong (google.com.hk), que está livre de censura.

"Está claro, a partir das conversas que tivemos com representantes do governo chinês, que eles consideram o redirecionamento inaceitável – e que, se continuarmos redirecionando usuários, a nossa licença de Provedor de Con­­teúdo de Internet [ICP, na sigla em inglês] não será renovada", escreveu o diretor jurídico do Google, David Drummond, no blog oficial da empresa.

"Sem uma licença ICP, não po­­demos operar um site comercial como Google.cn, portanto o Goo­­gle efetivamente se apagará na Chi­­na", afirmou Drummond.

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