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Ao anunciar seu programa para fazer a segunda reforma agrária do país, o governo boliviano disse nesta terça-feira que planeja eliminar os latifúndios ociosos e entregar milhões de hectares de terras a comunidades indígenas.

A proposta foi apresentada em Cochabamba pelo vice-presidente Alvaro García Linera, que assumiu interinamente o governo do país por causa da viagem de Evo Morales à Europa, pelo ministro de Desenvolvimento Rural, Hugo Salvatierra, e pelo vice-ministro de Terras, Alejandro Almaraz.

O plano já faz parte de vários projetos de lei e de decretos que serão discutidos com os setores agrários nesta quarta-feira, em Santa Cruz.

Segundo o governo, são mudanças parciais para solucionar os asuntos mais urgentes, porque as medidas de maior profundidade serão discutidas pela Assembléia Constituinte que será eleita no dia 2 de julho e começará a legislar em 6 de agosto.

García Linera afirmou ainda que a reforma eliminará as práticas que impulsionaram o "modelo neoliberal" desde 1985 e colocará em marcha um projeto para os próximos 50 anos. Esse projeto levará em conta, afirmou, que na Bolívia existe, ao mesmo tempo, explorações comunitárias, pequenas propriedades camponesas e agroindústrias.

Segundo ele, a meta é reduzir a extrema pobreza de 40% da população boliviana que vive no campo e de 650 mil famílias que sobrevivem com menos de US$ 1 por dia, em condições parecidas com as da Somália ou Haiti.

GArcía Linera prometeu diálogo e apoio aos setores produtivos, negou que o Executivo promova ocupações de terras e anunciou uma atitude "rigorosa e insensível" com os que espalham essas "infâmias".

A principal medida consiste na entrega imediata de 2 milhões a 4,5 milhões de hectares a comunidades camponesas e indígenas, já que "na primeira reforma agrária, decretada em 1953, eles não foram beneficiados".

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