Governo britânico nega reunião militar para tratar de ataque contra Irã

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O governo britânico negou que vá realizar nesta segunda-feira conversações secretas para tratar de possíveis conseqüências de um eventual ataque americano contra o Irã. Em sua edição dominical, o jornal "Telegraph" afirmou que uma fonte anônima no Ministério de Assuntos Exteriores dissera que os chefes do Estado Maior da Defesa querem saber qual será o impacto de um eventual ataque para as tropas britânicas no Iraque e no Afeganistão.

Segundo o jornal, um ataque comandado pelos Estados Unidos contra o Irã para eliminar sua capacidade de construir uma bomba nuclear será "inevitável" se Teerã não atender às exigências internacionais de suspender seu programa de enriquecimento de urânio.

- Não haverá invasão ao Irã, mas serão destruídas suas instalações nucleares - disse ao "Telegraph" a fonte do ministério, segundo a qual "não é algo que vá ocorrer imediatamente, talvez este ano ou no próximo".

No entanto, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, declarou no domingo à rede ITV que a "diplomacia pode funcionar e trabalharemos diplomaticamente com quem e como pudermos para fazer com que os iranianos mudem de rumo".

- O Irã não é o Iraque. Sei que todo o mundo pensa que é. As circunstâncias são difíceis - disse Rice, que acrescentou que o presidente dos Estados Unidos não descarta qualquer opção, referindo-se a uma possível ação militar.

O chanceler britânico, Jack Straw, que foi entrevistado no mesmo programa, também afirmou que as autoridades estão tentando resolver o conflito diplomaticamente.

Entretanto, de acordo com a informação do "Telegraph", Straw está fazendo "exatamente" o mesmo tipo de declarações que o governo britânico deu em março de 2003, quando se referiu à possibilidade de uma guerra contra o Iraque.

- O governo também disse que que a guerra não era nem inevitável nem iminente antes de atacar (o Iraque) - disse a fonte do jornal, segundo a qual o bombardeio israelense ao reator nuclear iraquiano de Osirak, em 1981, mostrou que uma operação militar limitada é a melhor opção.

De acordo com o "Telegraph", os chefes militares britânicos estão preocupados com a possibilidade de um eventual ataque contra o Irã provocar caos no país vizinho Iraque, onde tropas britânicas estão mobilizadas em uma área povoada por muçulmanos xiitas que têm fortes laços políticos e religiosos com o Irã.