
Ronald Biggs, que se tornou mundialmente conhecido pelo Assalto ao Trem Pagador e viveu vários anos foragido no Brasil, perdeu um recurso que movia há anos para conseguir deixar a prisão antes de cumprir toda a pena.
O governo britânico considerou que ele não tem direito a liberdade condicional porque "não expressa nenhum arrependimento".
O ministro britânico da Justiça, Jack Straw, disse ter rejeitado a recomendação de uma comissão encarregada da concessão do benefício de permitir que Biggs, de 79 anos, seja solto.
"O senhor Biggs não expressa nenhum arrependimento e a comissão descobriu que sua propensão para romper a confiança é um fator muito significativo", disse Straw, em um comunicado.
Biggs e outros 11 membros de uma gangue assaltaram em 1963 um trem postal que fazia a ligação entre Glasgow, na Escócia, e Londres, e levaram 2,6 milhões de libras, equivalente a 30 milhões de libras em valores atualizados (49 milhões de dólares). O crime se tornou conhecido no Brasil como "O Assalto ao Trem Pagador".
Ele foi detido e sentenciado no ano seguinte, mas escapou da prisão 15 meses depois. Biggs usou sua parte do roubo para pagar uma cirurgia plástica e documentos que lhe permitiram ir para a Austrália, onde retomou seu antigo ofício de carpinteiro e decorador.
Depois, fugiu para o Brasil, via Panamá e Venezuela.
Sua vida de playboy e de desafio descarado às autoridades britânicas fez dele uma lenda no mundo do crime, que deu origem a vários filmes e à transformação de vilões em heróis para milhões em todo o mundo.
Biggs se entregou à polícia em 2001, depois de 36 anos foragido, e atualmente está cumprindo o resto de sua pena no presídio de Norwich, no leste da Inglaterra.
Ele já cumpriu 10 anos do total da sentença de 30 anos. O filho de Biggs, Michael, de 34, disse recentemente à Reuters que seu pai havia sofrido três derrames, dois enfartes leves, tem câncer de pele e não pode andar, comer, beber ou falar direito.



