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Grave incêndio faz Grécia declarar estado de emergência

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O governo da Grécia ofereceu um milhão de euros (cerca de R$ 2,650 milhões) neste domingo (26) para quem tiver informações que levem às prisões dos responsáveis pelos incêndios no país que já duram três dias. "A recompensa varia de 100 mil a 1 milhão de euros por cada responsável", informou o governo em um comunicado.

De acordo com a rede de TV americana CNN, duas pessoas já foram detidas e acusadas de terem ligação com os incêndios. Um dos acusados, um homem de 65 anos, teria sido visto alimentando o fogo no Peloponeso. A segunda pessoa é uma mulher de 77 anos que teria sido vista inciando um foco enquanto cozinhava em seu quintal, em Zaharo, uma das áreas mais atingidas pelas chamas.

O governo grego, ao anunciar a oferta de recompensas, divulgou que foram encontrados grandes chumaços de algodão embebidos em gasolina no local onde começaram alguns focos.

Especialistas afirmam que há muitas formas de incêndios serem iniciados, como excesso de calor, clima seco e raios. Mas muitos são causados por pessoas, às vezes sem querer, com cigarros ou falta de cuidado com fogueiras. Mas um grande número é iniciado criminosamente. "Geralmente, cerca de 30% dos incêndios provocados por ação humana são deliberados", disse Timothy Huff, especialista em incêndios que trabalhou para o FBI.

Há seus tipos de motivos: vingança, lucro, vandalismo, extremismo, encobrimento de outro crime e espírito de aventura. Este último, segundo Huff, é um dos principais em grande incêndios.

Número de vítimas fatais aumentou

Pelo menos 60 pessoas morreram na Grécia por causa dos incêndios florestais, que continuaram assolando o país pelo quarto dia consecutivo, ameaçando cidades e centros históricos no Peloponeso, como Olímpia e Epidauro, apesar do trabalho de equipes nacionais e internacionais no combate às chamas.

Foram 55 mortos na península do Peloponeso, no sudoeste da Grécia, em Ilias, Arcadia e Laconia, e outros cinco na ilha de Eubea, na Grécia Central, segundo dados do Departamento de Gestão de Bombeiros.

Sete países europeus anunciaram neste domingo o envio de 14 aeronaves para auxiliar no combate aos incêndios . Na sexta-feira o governo da Grécia lançou um pedido de ajuda urgente à União Européia . No sábado, o governo grego declarou estado de emergência em todo o país . De acordo com as autoridades, o fogo está se aproximando de Atenas, capital do país.

O número oficial de vítimas fatais nos incêndios do Peloponeso era de 51 em três Prefeituras, mas a descoberta de cinco corpos na ilha da Eubéia, na Grécia Central, e a morte de uma idosa em Plátanos, na prefeitura da Élida, também no Peloponeso, elevou para 57 as mortes registrados desde sexta-feira.

As previsões otimistas do início de domingo, que levavam em consideração a diminuição da força dos ventos, foram rapidamente jogadas por terra devido ao surgimento quase simultâneo de 14 novos focos de incêndio em menos de quatro horas a partir de 12h, informou o porta-voz do departamento dos bombeiros, Nikos Diamantis.

A região mais afetada continuava sendo a península do Peloponeso, com incêndios em cinco prefeituras (Corinto, Lacônia, Arcádia, Messínia e Élida).

Desta vez, os fogos se dirigiam rapidamente em direção ao centro histórico da Antiga Olímpia, com mais de 2.500 anos de história, que ficou mundialmente famoso por ser o local dos Jogos Olímpicos da Antigüidade. Lá ficam o antigo estádio, o templo dedicado a Zeus e o museu arqueológico.

Segundo uma emissora local, o fogo passou perto do sítio arqueológico, queimou o histórico Monte Cronos e se aproximou do pátio do museu, que conseguiu se salvar graças aos sistemas de irrigação artificial instalados por ocasião dos Jogos Olímpicos de Atenas de 2004.

As autoridades informaram que o Exército escavou valas corta-fogo em torno do centro arqueológico e colocou em funcionamento um sistema especial de irrigação artificial, criado para os Jogos Olímpicos de 2004 e para proteger as instalações.

Outro foco na prefeitura de Corinto se aproximava perigosamente do Teatro de Epidauro, e foi necessário recorrer à ajuda de seis aviões-tanque "Canadair" franceses e italianos, junto com um grego e um avião russo "Beriev 200", para extinguir o fogo.

O Governo grego anunciou ajudas econômicas extraordinárias imediatas para os desabrigados no valor de 6 mil para cada um, e indenizações de 10 mil euros por móvel perdido, além de assistência às famílias dos mortos e feridos e remuneração extra aos bombeiros.

Além disso, foi criado um fundo de ajudas para as situações de estado de emergência com uma verba inicial de 5 milhões euros, e foi anunciada a contratação de 6 mil desempregados para reflorestar as regiões queimadas. Na Lacônia, as chamas continuaram devastando a região hoje, e a população local precisou ser removida de suas casas.

Os outros incêndios se propagaram na prefeitura de Ftiótida, na Grécia Central, com dois focos, obrigando à suspensão do serviço de trens, e na Beócia, que ameaçou várias localidades.

O incêndio na ilha de Eubéia, também na Grécia Central, continuava causando destruição à região. Segundo a imprensa local, até o final da tarde haviam sido encontrados cinco corpos em Mistro, de jovens antes dados como desaparecidos.

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