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O governo interino da Ucrânia prometeu realizar uma eleição presidencial limpa neste domingo (25), que reforce a ex-república soviética e mostre ao mundo que não vai se intimidar com a Rússia em meio à tensão manifestada neste sábado (24) em confrontos entre milícias ucranianos e separatistas pró-Rússia armados.

O presidente russo, Vladimir Putin, disse neste sábado que irá respeitar a escolha dos ucranianos e que trabalhará com as novas autoridades. "Moscou quer estabilidade", disse. "Vamos respeitar a escolha do povo ucraniano e trabalhar com as autoridades para sair desta eleição", declarou ele a jornalistas.

As eleições deste domingo são vistas como uma da maneiras para acabar com o duro confronto entre o país e a Rússia, que já dura oito meses.

Na região leste, onde pelo menos 20 pessoas morreram nos últimos dias. Separatistas disseram neste sábado que não reconhecerão uma eleição organizada pelas autoridades de Kiev, que segundo eles, tomaram o poder em um golpe respaldado pelo Ocidente.

Na sexta-feira (23), um confronto armado entre separatista pró- russos e um grupo de milicianos do leste da Ucrânia deixou pelo menos dois mortos. Um dia antes, um ataque contra tropas ucranianas matou 17 soldados, segundo fontes oficiais.

Combatentes a favor de Kiev fizeram uma declaração no Facebook dizendo que quatro de seus homens foram mortos e nove foram feridos.

As potências ocidentais têm ameaçado novas sanções se Moscou impedir a realização da votação e Putin disse sexta-feira que as medidas dos Estados Unidos e da União Europeia estavam afetando a economia russa.

Provavelmente, o presidente eleito pela nação ucraniana será o magnata Petro Poroshenko, apelidado "rei do chocolate" (é dono da principal marca do ramo no país). Ele está cotado para obter mais de 50% dos votos e levar no primeiro turno. Um segundo turno, se necessário, está marcado para 15 de junho. O adversário mais provável é a ex-premiê Yulia Timoshenko, que deixou a cadeia recentemente.

A vitória de Poroshenko é vista em Kiev como essencial para evitar mais disputa no país e, ao mesmo tempo, acelerar algum tipo de medida de estabilização política.

Revoltas são esperadas

Já as autoridades eleitorais temem que a violência impeça muitas pessoas de irem votar, pois insurgentes pró-Russia devem prejudicar a votação deste domingo em, pelo menos, metade dos distritos eleitorais no leste da Ucrânia, segundo autoridade do país.

Segundo o vice-ministro do Interior, Serhiy Yarovyi, a polícia está pronta para garantir a ordem e a segurança em apenas nove dos 34 distritos no leste.

Neste sábado, Volodymyr Hrinyak, chefe do departamento de segurança pública do Ministério do Interior da Ucrânia, havia dito que 17 dos 34 comissões eleitorais distritais nas regiões de Donetsk e Luhansk não estavam operando porque os escritórios foram ocupados ou bloqueados por homens armados. As falas de Hrinyak foram relatadas pela agência de notícias Interfax.

Tensão em Kiev

Kiev é a trincheira dos nacionalistas anti-Rússia e será o grande centro da eleição, com alta adesão e celebração do resultado. Espera-se uma multidão na praça da Independência, palco dos protestos que derrubaram em fevereiro o presidente Viktor Yanukovich, aliado do russo Vladimir Putin.

O governo interino que assumiu logo depois, com a pecha de nacionalista, sairá de cena após uma eleição monitorada por pelo menos 2.000 observadores internacionais.

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