
Jerusalém - O governo israelense rejeitou a resolução aprovada pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas para estabelecer um cessar-fogo imediato, abrindo caminho para o Exército ampliar a sua incursão terrestre na Faixa de Gaza. Líderes do grupo fundamentalista islâmico Hamas, alvo da ofensiva, também rejeitaram a proposta da ONU.
A operação militar entra na terceira semana hoje com mais de 780 mortos no lado palestino e sem ainda ter alcançado o principal objetivo israelense: dar um fim ao disparo de foguetes contra seu território.
Mas Israel tem feito questão de ressaltar os resultados dos últimos 14 dias: vários líderes do Hamas foram mortos, centenas de militantes viraram prisioneiros, e a infraestrutura de poder do grupo foi reduzida a ruínas, assim como a sua capacidade de governar.
Com o sinal verde do gabinete, a expectativa é que a ofensiva entre no seu terceiro estágio, de avanço da invasão para garantir a eliminação do arsenal do Hamas e a possível captura de seus líderes.
Comunicado
Em comunicado divulgado após a reunião do gabinete de segurança, o governo declarou que não aceita a resolução da ONU e que seus soldados serão mantidos em Gaza. "O Exército irá continuar a agir para alcançar o objetivo da operação: trazer uma mudança na situação de segurança no sul do país, diz o comunicado. "Esforços para impedir o contrabando de armas para dentro de Gaza continuarão.
A mensagem é a mesma que Israel vem transmitindo nos últimos dias por meio de seus ministros, em meio às tentativas da diplomacia internacional para negociar um cessar-fogo imediato.
A ofensiva não será considerada completa por Israel sem a garantia de que os meios do Hamas de se rearmar foram neutralizados.
Do ponto de vista militar, isso significa a destruição dos túneis que servem para o contrabando de armas na fronteira entre Gaza e o Egito, o que a aviação tem feito com intensos bombardeios desde o início da ofensiva.
Na frente política, a exigência é de um mecanismo que garanta uma fiscalização mais efetiva da fronteira, com a participação de forças internacionais, preferencialmente americanas.
A decisão israelense de prosseguir com os ataques foi seguida da rejeição da resolução de cessar-fogo também por parte do Hamas. Falando em nome do grupo, cujos principais líderes em Gaza estão escondidos em bunkers desde o início da ofensiva, um dirigente político exilado no Líbano criticou os Estados Unidos por se absterem na votação da resolução.



