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O governo de Cabul convidou na quinta-feira líderes do Taliban para uma reunião para discutir a paz, em um passo no sentido de solucionar o conflito no Afeganistão, e pediu ajuda à Arábia Saudita na busca pela paz.

Um porta-voz do governo disse que o Taliban será convidado para participar do conselho de paz, ou "loya jirga", previsto para ser realizado no início deste ano.

"Desejamos que eles venham", disse à Reuters o porta-voz Hamid Elmi na conferência de 60 países que está sendo realizada em Londres para discutir o Afeganistão.

O presidente afegão Hamid Karzai disse à conferência que seu governo vai promover um conselho nacional para discutir a paz, reconciliação e reintegração, seguido por uma loya jirga para discutir a paz.

"Precisamos estender a mão a todos nossos compatriotas, especialmente a nossos irmãos desencantados que não façam parte da Al-Qaeda ou outras redes terroristas e que aceitem a Constituição afegã", disse Karzai.

Karzai também afirmou que gostaria que a Arábia Saudita - vista como interlocutora de confiança entre o governo afegão e o Taliban - exercesse um papel importante na promoção da paz.

Até agora o Taliban não vem demonstrando publicamente nenhuma disposição em participar de negociações, mas alguns analistas dizem que ele está cansado de combater e percebe que não está mais bem posicionado que os Estados Unidos e seus aliados para vencer a guerra unicamente com meios militares.

Governos ocidentais dizem que não têm planos para manter conversações de paz diretamente com líderes do Taliban, enquanto enviam mais tropas e assistência ao desenvolvimento com o objetivo de romper a situação atual de impasse no Afeganistão.

Mas, através do envio de 30 mil soldados norte-americanos adicionais, além de dinheiro para comprar o apoio de soldados rasos do Taliban, eles esperam enfraquecer a insurgência suficientemente para poder acordar qualquer possível pacto desde uma posição de força.

Os governos ocidentais também destacaram que caberá aos afegãos liderar qualquer possível processo de reconciliação. Com isso, na prática, estão dando a Karzai alguma margem de manobra para fazer seus próprios contatos.

O primeiro-ministro britânico, Gordon Brown, convocou a conferência no momento em que a guerra ingressa em seu nono ano. Ela foi iniciada originalmente para impedir que militantes da Al Qaeda encontrassem abrigo seguro no Afeganistão após os ataques de 11 de setembro de 2001 contra os Estados Unidos.

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