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Irã desafia o Ocidente e anuncia estágio industrial de programa nuclear

Ahmadinejad diz que plano é pacífico. Governo quer construir três mil centrífugas na primeira etapa e chegar a um total de 54 mil máquinas.

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O Irã vai anunciar novos "feitos nucleares" caso a Organização das Nações Unidas aprove mais medidas contra o seu polêmico programa nuclear, disse o presidente Mahmoud Ahmadinejad na segunda-feira. No fim de semana, o governo do Estado islâmico anunciou planos para a construção de mais duas usinas nucleares .

"Se (a ONU) aprovar outra resolução contra o Irã, nossa nação vai revelar novos feitos nucleares", disse Ahmadinejad em uma manifestação na província de Fars, segundo a agência oficial de notícias Irna.

Desafiando uma exigência da ONU para suspender o enriquecimento de urânio, o Irã anunciou na semana passada ser capaz de realizar o enriquecimento em escala industrial, um processo que o Ocidente teme que esteja ligado ao desenvolvimento de armas nucleares - o que Teerã nega repetidamente.

O anúncio levou os EUA a dizerem que provavelmente o Conselho de Segurança da ONU imporá novas sanções ao Irã - o que já aconteceu em dezembro e março.

Na primeira reação iraniana ao alerta americano, Ahmadinejad havia anteriormente acusado as potências mundiais de usarem organizações como a ONU para seus próprios fins, e disse que o Irã não vai abrir mão de seu direito à tecnologia nuclear.

"A nação iraniana vai se erguer por seu direito legal e não vai recuar uma só vírgula para preservar seu direito nuclear", disse Ahmadinejad em um discurso na cidade de Shiraz, transmitido pela TV. A multidão gritava "morte à América" e "tecnologia nuclear é nosso direito".

Atualmente o Irã está submetido a sanções financeiras e militares por causa do seu programa nuclear. Mas Ahmadinejad disse que o país não vai ceder à pressão internacional, e pediu ao Ocidente que abandone seus "métodos provocativos".

"Abandone seu comportamento opressivo. Do contrário vocês (ocidentais) e suas nações serão atingidas," disse ele, sem dar detalhes.

O Irã ameaça, se pressionado, rever sua adesão ao Tratado de Não-Proliferação Nuclear, que obriga países que ainda não possuem armas atômicas a renunciarem ao desenvolvimento delas.

O Irã disse na segunda-feira que nos próximos dias buscará ofertas para duas novas usinas nucleares e que as alimentará parcialmente com urânio enriquecido domesticamente.

Alguns diplomatas e analistas ocidentais dizem que assim o Irã pretende justificar sua insistência em produzir seu próprio combustível nuclear. Especialistas ocidentais dizem que sairia mais barato para o Irã importar o combustível, mas Teerã alega precisar da segurança da produção doméstica.

As duas novas usinas seriam construídas em Bushehr, cidade portuária no sudoeste do Irã onde os russos já constróem a primeira usina do país.

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