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Presidente Lula em reunião neste sábado (15) com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, antes de embarcar para o Irã | Ricardo Stuckert / PR
Presidente Lula em reunião neste sábado (15) com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, antes de embarcar para o Irã| Foto: Ricardo Stuckert / PR

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, informou à agência de notícias oficial IRNA, que acredita na possibilidade de o país fechar acordo para a troca de combustível nuclear. "Sobre as negociações, acredito que as condições tendem para levar a um acordo sério sobre a troca", afirmou o porta-voz.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva viaja neste sábado (15) para Teerã com a intenção de reduzir as tensões por causa do programa nuclear iraniano, que os Estados Unidos e os aliados ocidentais suspeitam ter como objetivo produzir armamento nuclear.

O acordo citado pelo porta-voz iraniano sugere que o Irã aceite enviar urânio pouco enriquecido para o exterior e receber o urânio de melhor qualidade em retorno. A proposta é apoiada pela Organização das Nações Unidas (ONU).Vou conversar com muita franqueza com o presidente iraniano, com a franqueza que uma conversa dessas precisa ter, lamentando que os outros presidentes não tenham conversado com o presidente do Irã"Luiz Inácio Lula da Silva, presidente da República, em entrevista no Catar

Críticas

Em entrevista coletiva concedida após o encontro com o emir do Catar, Hamad bin Khalifa Al Thani, em Doha, no Catar, neste sábado, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não entende o ceticismo da secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, sobre a possibilidade de o Irã mudar, por meio do diálogo, sua postura em relação ao programa nuclear .

Nesta sexta-feira (14), Hillary Clinton reafirmou o ceticismo dos Estados Unidos quanto às chances de sucesso no diálogo com o o Irã.

Lula fez ainda críticas indiretas à forma como os Estados Unidos negociaram soluções para o impasse a cerca do programa nuclear do Irã. Questionado sobre a declarações de Hillary Clinton, Lula reprovou o envio de "funcionários de terceiro escalão" para discussões diplomáticas tratadas pelo Conselho de Segurança da ONU.

"Política não é uma coisa de que se pode fazer transferência, terceirizando. Eu mando um funcionário de terceiro escalão do governo para negociar uma coisa grave que o Conselho de Segurança está decidindo", disse.

Lula também afirmou que se criou uma "expectativa exagerada" em relação ao assunto. "Vou conversar com muita franqueza com o presidente iraniano, com a franqueza que uma conversa dessas precisa ter, lamentando que os outros presidentes não tenham conversado com o presidente do Irã", afirmou Lula.

RússiaEm encontro com o presidente russo, Dmitry Medvedev, nesta sexta-feira, Lula demonstrou otimismo ao ser questionado sobre quais as chances de um acordo com o Irã, durante entrevista. Numa escala de zero a dez, Lula disse que "daria 9,99".

O presidente russo, no entanto, afirmou que Lula tem 30% de chances de sucesso em sua visita ao Irã nesse fim de semana. "Eu dou 30%", disse Medvedev ao ser indagado por um repórter.Medvedev disse que é "talvez a última oportunidade" antes da adoção de sanções contra Teerã em consequência do controverso programa nuclear.

O Brasil tem resistido às pressões dos Estados Unidos a favor da adoção de novas sanções da ONU contra o Irã e aposta, ao lado da Rússia e da Turquia, no prosseguimento das conversações diplomáticas.

Washington advertiu que a visita de Lula a Teerã pode ser a última oportunidade antes da adoção de novas sanções.

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