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Um relatório publicado nesta segunda-feira por especialistas acusa a Tepco, a operadora de Fukushima, e o governo japonês de superestimar a segurança da usina, o que originou a resposta ineficiente ao terremoto e ao tsunami que atingiram o país em março de 2011.

"A empresa e os órgãos reguladores estavam muito confiantes e consideravam que eventos piores aos incluídos em suas estimativas não aconteceriam, por isso não foram conscientes de que as medidas para evitar o pior dos cenários apresentavam muitas falhas", explicou o documento.

Foi por essa razão que o grupo de analistas criado pelo atual governo considera que Tepco não respondeu adequadamente ao desastre de 11 de março, que inutilizou em Fukushima a refrigeração dos reatores e o abastecimento elétrico de emergência.

"A Tepco disse que a perda de quase todas as fontes de eletricidade devido a um terremoto e um tsunami superou suas previsões. Mas isso aconteceu porque a empresa simplesmente decidiu não incluir este cenário dentro de suas hipóteses, baseando-se em um mito sem fundamento sobre a segurança", analisou o relatório.

Este excesso de confiança, apontou o documento, fez com que os funcionários da Tepco não tivessem treino suficiente para atuar e pensar de maneira mais flexível diante do ocorrido.

Os analistas sublinharam que isso provocou, por exemplo, que a injeção de água para o reator 3 fosse suspensa por mais de seis horas pois os técnicos o fecharam sem pensar antes na necessidade de criar um sistema de refrigeração alternativo.

O relatório publicado nesta segunda-feira, o quarto documento que aponta a falta de preparação da Tepco para enfrentar um desastre como o de Fukushima, concluiu além disso que a investigação interna levada a cabo pela operadora "não é suficiente para esclarecer" o que ocorreu durante a crise.

O relatório informou ainda que os organismos encarregados de regular o setor nuclear no Japão foram ineficientes e lentos. O documento lembrou que a Agência de Segurança Nuclear do Japão se opôs em 2006 a implementar um plano para reforçar a segurança das usinas do país.

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