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Roberto Micheletti afastou a possibilidade do retorno de Zelaya ao poder: governo se mantém "firme e imutável" | Edgard Garrido  / Reuters
Roberto Micheletti afastou a possibilidade do retorno de Zelaya ao poder: governo se mantém "firme e imutável"| Foto: Edgard Garrido / Reuters

O governo provisório de Honduras insistiu nesta quinta-feira (30) que não permitirá a volta de Manuel Zelaya à Presidência, afastando a esperança de uma solução para a crise desencadeada pelo golpe de 28 de junho.

Rafael Pineda, ministro da Presidência e como tal número 2 no governo interino, disse à Reuters que o governo se mantém "firme, imutável" em sua decisão de não permitir a volta de Zelaya ao poder.

Os líderes golpistas estão sob pressão para devolver o poder a Zelaya, e uma fonte próxima ao governo provisório disse na quarta-feira que o presidente interino Roberto Micheletti poderia estar disposto a permitir a volta de Zelaya do seu exílio na Nicarágua, desde que houvesse garantias de que o presidente deposto não tentaria perturbar a democracia no país.

Mas Pineda rejeitou a volta de Zelaya ao poder. O presidente foi deposto depois de irritar a elite por sua proximidade com o venezuelano Hugo Chávez e tentar manobras que permitissem sua reeleição.

"O acordo, se houver, só pode acontecer se o presidente Zelaya não for restituído na Presidência da República", disse ele.

Antes, o ministro disse a uma TV que o governo interino está comprometido com o diálogo mediado pelo presidente da Costa Rica, Oscar Arias, mas também se prepara para a hipótese de permanecer até a eleição presidencial de novembro, caso não haja acordo.

"O presidente Micheletti tem dito que para evitar o derramamento de sangue hondurenho... ele estaria disposto a renunciar, mas só na condição de que esta renúncia não implique o retorno de Zelaya à Presidência."

O governo interino enfrenta forte pressão internacional, e nesta semana Washington revogou quatro vistos diplomáticos de pessoas ligadas ao governo de Micheletti. Governos latino-americanos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também condenaram o golpe.

Na quarta-feira, Micheletti pediu a Arias que nomeie um enviado de primeiro escalão, possivelmente o ex-presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, Enrique Iglesias, para tentar promover o diálogo.

O analista político local Juan Ramón Martínez disse que Micheletti pode estar tentando transmitir ao exterior uma imagem de maior flexibilidade, mas sem abrir mão da sua posição dentro de Honduras, onde há grandes manifestações contra Zelaya.

Polícia prende 88 pessoas

Um manifestante recebeu um tiro na cabeça, outras 25 pessoas ficaram feridas e 88 foram detidas em um confronto nesta quinta-feira (30) na capital de Honduras entre a polícia e partidários do presidente deposto José Manuel Zelaya.

A polícia dispersou com bombas de gás lacrimogêneo e golpes de cassetetes cerca de dois mil manifestantes que bloqueavam uma das rodovias no acesso norte a Tegucigalpa.

"O ferido grave em Tegucigalpa se chama Roger Vallejo, ele levou um tiro na cabeça", disse o porta-voz da polícia hondurenha, Daniel Molina. Segundo ele, a bala foi disparada pelos manifestantes.

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