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O novo governo da Líbia reforçou a segurança em Trípoli no sábado (15), aumentando o número de barreiras nas estradas e as buscas de casa em casa, depois que confrontos com forças leais a Muammar Kadafi na capital, aumentaram temores de outra revolta. No máximo algumas dúzias de combatentes pró-Kadafi apareceram na sexta-feira em apenas alguns bairros da capital Líbia, conhecidos por ter moradores simpatizantes do governante deposto. Mas mesmo assim, foi o primeiro sinal de resistência armada ao Conselho Nacional de Transição em Trípoli, desde que a cidade foi dominada em agosto, colocando um fim aos 42 anos de governo de Kadafi. Forças do governo montaram mais barreiras em toda a cidade, mas, especialmente, dentro e ao redor de Abu Salim, uma área de edifícios velhos, onde aconteceram os confrontos. Picapes com armas pesadas ficaram estacionadas no interior da região, disparando rajadas ocasionais sobre as casas, para marcar a sua presença. Soldados do NTC (CNT em português) revistaram os edifícios, mas não aconteceram novos confrontos no sábado. "Durante a guerra, Kadafi escondeu armas entre as pessoas daqui", disse Ziyad, um combatente do NTC. Ele disse que ele e seus companheiros encontraram cinco fuzis de assalto AK-47 escondidos em uma caixa d'água em cima de um dos prédios e outros dois no porão. Moradores disseram que os confrontos começaram quando um grupo de cerca de 50 homens armados apareceram, na sexta-feira, em Abu Salim, um reduto pró-Kadafi e, em pelo menos outro bairro próximo, gritando slogans pró-Kadafi. Centenas de combatentes do NTC dentro de picapes gritando "Allahu Akbar", (Deus é grande) correram para Abu Salim e os dois lados trocaram tiros de fuzis e metralhadoras. "Dois simpatizantes de Kadafi e um combatente do NTC morreram durante o confronto", disse em uma entrevista coletiva na capital, a autoridade do NTC, Abdel Razak al Oraidi.

Encurralado Desde que se escondeu, depois que as forças rebeldes capturaram Trípoli, em 23 de agosto, Kadafi divulgou uma série de gravações de áudio, conclamando seus simpatizantes a reagirem. Mas o antigo homem forte não foi visto e, acredita-se que esteja escondido em algum lugar do vasto deserto líbio. Um médico da Medecins Sans Frontieres (Médicos Sem Fronteiras) no hospital Ibn Sina, em Sirte, estimou que ainda há cerca de 10.000 pessoas sitiadas pelos confrontos, na cidade de 75.000 habitantes. Muitos deles são mulheres e crianças e alguns estão doentes ou feridos. Yahia Alivi, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, no mesmo hospital, disse: "Atrás da frente de batalha, não temos notícias da situação médica, mas pela quantidade de confrontos e bombardeios, se há civis lá, a situação deve estar horrível mesmo." O ICRC (Comitê Internacional da Cruz Vermelha) está evacuando 40 feridos do hospital, que durante um tempo, esteve na linha de frente dos confrontos em Sirte. Muitas de suas instalações foram danificadas pelos combates. Atrás do hospital, seis cadáveres foram deixados do lado de fora, em cima de macas.

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