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Vídeo na internet mostra corpo sendo carregado diante dos monitores | Reuters/ Handout
Vídeo na internet mostra corpo sendo carregado diante dos monitores| Foto: Reuters/ Handout

Observadores

Ativistas dizem que Bashar Assad cria pistas falsas

Ativistas sírios acusam o governo de enganar os observadores da Liga Árabe presentes no país para verificar a aplicação de um plano para encerrar o derramamento de sangue no país.

Segundo eles, as autoridades estão trocando placas nas ruas para confundir os monitores, levando-os a áreas leais ao regime, além de pintar veículos do Exército para que pareçam da polícia, para fazer parecer que o Exército foi retirado das áreas mais turbulentas.

As acusações foram feitas ontem por Rami Abdul-Rahman, do Observatório Sírio pelos Direitos Humanos, sediado em Londres, e pelo ativista Mustafa Osso.

A Organização das Nações Unidas (ONU) estima que mais de 5 mil pessoas foram mortas nos nove meses de repressão contra manifestantes na Síria.

A oposição acusou ontem o governo sírio de levar os observadores da Liga Árabe apenas a locais onde existem pessoas leais ao regime. A Liga não fez comentários, mas o governo sírio negou a acusação, através do porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Jihad Makdissi.

"Nós não interferimos no trabalho da missão observadora", declarou Makdissi que, por sua vez, acusou os Estados Unidos de interferir nos trabalhos da Liga Árabe. A entidade publicará seu primeiro relatório sobre a situação na Síria, baseado em depoimentos tomados no país pelos observadores, no domingo.

"Os comunicados dos EUA são uma rude interferência no trabalho da Liga Árabe e uma tentativa injustificada de internacionalizar as questões sírias", afirmou o porta-voz. Ele se referia ao anúncio do Departamento de Estado dos EUA, feito na noite da terça-feira, de que enviaria o diplomata Jeffrey Feltman ao Cairo para consultas com a Liga Árabe sobre a Síria.

União

Potências ocidentais têm reiterado seus pedidos para que a oposição síria coloque suas diferenças de lado e una suas forças numa tentativa de derrubar o presidente Bashar Assad e seu regime autocrático, depois de nove meses de violência.

Num sinal de intensificação de seu envolvimento no caso, os Estados Unidos enviaram ao Cairo Feltman, secretário de Estado assistente para Assuntos do Oriente Próximo, na noite de terça-feira para consultas com a Liga Árabe sobre a Síria.

Ativistas pró-democracia condenam o bloco árabe – composto por 22 países – pela "falta de profissionalismo de seu grupo de monitores, cuja presença na Síria desde a semana passada não interrompeu o derramamento de sangue.

Desavenças

Para piorar, um pacto que as principais facções opositoras sírias – o Conselho Nacional Sírio (CNS) e o Órgão de Coorde­­nação Nacional para a Mudança Democrática – assinaram na semana passada, parece estar em risco.

O acordo político assinado na sexta-feira no Cairo destacava que deveria haver um "período de transição" se o regime de Assad for derrubado pelo levante pró-democracia que teve início em março.

Porém, numa mensagem postada no Facebook, o Conselho Nacional Sírio afirmou, na noite de terça-feira, que o "documento entra em conflito com o programa político do CNS e com as exigências da revolução síria".

Contrário

Considerado a mais inclusiva das alianças opositoras sírias, com representantes tanto da Irmandade Muçulmana e de partidos que vão de minorias cristãs e curdas, o CNS tem registrado problemas com alguns ativistas no que diz respeito à extensão da intervenção estrangeira necessária para trazer a mudança.

Ainda não há resposta ao comunicado do CNS, que é firmemente contrário a qualquer intervenção militar estrangeira.

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