Damasco - As autoridades sírias firmaram ontem a data de 15 de maio para que pessoas que cometeram "atos ilícitos" se rendam. O ultimato foi dado enquanto ativistas planejam novas manifestações contra o governo após a morte de dezenas de pessoas durante os protestos realizados no último fim de semana.
Em comunicado, o Ministério do Interior disse que "cidadãos que participaram ou cometeram atos ilícitos tais como porte de armas, ataques a forças de segurança ou a disseminação de mentiras se rendam até 15 de maio e entreguem suas armas às autoridades competentes".
O documento pede que os sírios "forneçam informações sobre sabotadores, terroristas e esconderijos de armas" prometendo em troca que essas pessoas "serão poupadas de quaisquer consequências legais subsequentes".
Soldados sírios bateram de porta em porta em várias cidades do país ao longo do dia de ontem, detendo várias pessoas numa campanha de intimidação cujo objetivo é esmagar o movimento que contesta o autoritário regime do presidente Bashar Assad.
Rami Abdul-Rahman, chefe do Observatório de Direitos Humanos da Síria, disse que centenas de pessoas foram detidas somente nos dois últimos dias. "As prisões continuam da cidade sitiada de Deraa até o norte do país, passando pelos subúrbios de Damasco", disse Abdul-Rahman.
Um porta-voz militar anunciou ontem a detenção de 499 pessoas em Deraa, no sul do país, uma semana depois de milhares de soldados apoiados por tanques terem invadido a cidade para impedir os protestos.
O porta-voz também anunciou as mortes de dois membros das forças de segurança "bem como de dez terroristas". Oito soldados ficaram feridos e cinco homens armados que faziam uma emboscada foram presos, informou o Exército.
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