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As autoridades sírias pediram nesta sexta-feira (29) que as pessoas não realizem manifestações, após ativistas contrários ao regime convocarem um "dia de fúria" pelo país, depois das preces semanais muçulmanas. "Nas atuais circunstâncias, o Ministério do Interior pede aos irmãos cidadãos que contribuam de maneira efetiva para a estabilidade e a segurança, não realizando manifestações por qualquer motivo sem permissão oficial", afirmou um comunicado divulgado pela agência estatal Sana. "As leis em vigor na Síria serão aplicadas para preservar a segurança dos cidadãos e a estabilidade do país", afirmou o governo.

Ativistas convocaram nesta quinta um "dia de fúria" de protestos pelo país, em solidariedade à cidade de Deraa, que é o epicentro dos protestos contra o governo, iniciados em 15 de março. Os militares sírios lançaram uma ofensiva sem precedentes em Deraa na segunda-feira, enviando tanques para auxiliar milhares de soldados a fim de esmagar a oposição. Grupos pelos direitos humanos afirmaram que a violência na repressão aos protestos já deixou pelo menos 453 civis mortos.

No dia 19 de abril, o presidente Bashar Assad emitiu um decreto acabando com leis emergenciais, que vigoravam havia quase 50 anos, uma das maiores demandas dos manifestantes. Ele também aboliu um odiado tribunal de segurança estatal, porém emitiu um decreto regulando manifestações no país. Por esse decreto, é preciso haver permissão oficial para organizar qualquer ato público.

Nesta sexta, o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas realiza uma sessão especial sobre a Síria. As potências do Ocidente querem condenar formalmente a repressão aos protestos e pedir uma investigação internacional da violência. O debate foi requisitado por dez nações europeias e também por EUA, Japão, México, Coreia do Sul, Senegal e Zâmbia. Há, porém, aliados da Síria que se opõem a essas discussões, entre eles Rússia e China.

Também nesta sexta, a organização não governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) pediu que o Conselho dos Direitos Humanos da ONU investigue a repressão aos manifestantes pacíficos. O HRW "condenou duramente a repressão aos protestos pacíficos". A condenação foi feita pela diretora da ONG em Genebra, Julie de Rivero. Em pelo menos duas cidades, autoridades impediram que médicos atendessem manifestantes feridos, denunciou o HRW. As informações são da Dow Jones.

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