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O governo tailandês desistiu de decretar toque de recolher na capital, Bangcoc, depois de reconsiderar a situação dos confrontos entre manifestantes antigoverno e o Exército, que mataram 25 pessoas em quatro dias. "Ainda não há necessidade de tal medida, já que o impacto negativo poderia trazer mais prejuízos que benefícios", disse o general Aksara Kerdphon, em uma entrevista coletiva neste domingo (16).

Os camisas vermelhas, como são conhecidos os atuais opositores do governo, exigem a renúncia do primeiro-ministro Abhisit Vejjajiva, alegando que seu governo é ilegal. No sábado, tropas tailandesas atiraram contra manifestantes, que jogaram bombas de gasolina, pedras e mísseis caseiros na normalmente congestionada rua Rama IV, próxima ao distrito financeiro da cidade.

Um líder dos camisas vermelhas disse neste domingo que o movimento estaria disposto a negociar com o governo tailandês para colocar fim à crise, mas com a condição de que as tropas saíssem imediatamente das ruas de Bangcoc e que a mediação fosse feita pelas Nações Unidas. "Não temos outras condições. Não queremos perder mais pessoas. Queremos a mediação da ONU porque não confiamos em mais ninguém. Não há grupo na Tailândia neutro o suficiente", disse Nattawut Saikua.

A resposta imediata do governo foi de que nenhuma condição deveria ser imposta às negociações. "Se eles realmente querem negociar, eles não deveriam impor condições como nos pedir para retirar as tropas", disse o secretário-geral do primeiro-ministro, Korbsak Sabhavasu.

PressãoO primeiro-ministro tailandês disse no sábado que as forças de seguranças não irão recuar, mas sim pressionar até o fim do conflito com os camisas vermelhas.

"O governo precisa agir. Não podemos recuar. Estamos fazendo isso pelo bem do país. Não podemos deixar a nação nas mãos de grupos armados", disse ele em um pronunciamento na TV. É a primeira vez que o premiê comenta os incidentes no país.

OrigemA crise se aprofundou na Tailândia na quinta-feira, com a decisão do primeiro-ministro de cancelar as eleições antecipadas e de enviar blindados para isolar o bairro de Bangcoc onde permanecem entrincheirados os camisas vermelhas. Também na quinta, o general rebelde Khattiya Sawasdipol levou um tiro na cabeça, aparentemente vítima de um franco-atirador. Segundo os médicos, o general se encontra em estado de coma profundo.

Os camisas vermelhas são partidários do ex-líder Thaksin Shinawatra, deposto por militares em 2006 e condenado a dois anos de prisão por corrupção.

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