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Londres – A Grã-Bretanha é o pior lugar dentre os países industrializados para uma criança viver, segundo estudo divulgado ontem pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef). O órgão usou 40 indicadores para medir a qualidade de vida das crianças em 21 países economicamente desenvolvidos – o primeiro estudo do tipo – e descobriu que as crianças britânicas estão entre as mais pobres e as mais negligenciadas.

Grupos de ajuda humanitária e políticos da oposição descreveram o quadro como "vergonhoso" e acusaram o governo do primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, de deixar na mão uma geração inteira de crianças. A Grã-Bretanha ficou atrás em alguns índices importantes a respeito da pobreza e privação, nível de satisfação, relações pessoais e comportamento de risco, mostrou o estudo. Os britânicos se saíram um pouco melhor na área educacional, mas ficaram entre os três piores em todos os outros índices, recebendo a pior avaliação no geral, junto com os EUA.

A satisfação entre as crianças recebeu notas altas no norte da Europa – a Holanda (Países Baixos), a Suécia e a Dinamarca lideravam a lista.

"Todos os países possuem fraquezas que precisam ser enfrentadas e nenhum país ficou entre os três mais bem colocados em todas as seis áreas", disse David Bull, diretor executivo do Unicef. O estudo afirmou ainda não haver uma relação automática entre a riqueza de um país, medida por meio de seu Produto Interno Bruto (PIB) per capita, e a qualidade de vida das crianças que moram ali. A República Tcheca, por exemplo, obteve uma nota geral mais alta do que a França, que é mais rica.

Vergonhoso

Colette Marshall, diretora britânica do grupo humanitário Save the Children, disse que o relatório era um veredicto "vergonhoso" para a Grã-Bretanha. "Apesar da riqueza da Grã-Bretanha, não estamos conseguindo dar às crianças o melhor começo de vida possível", disse, em um comunicado.

Segundo Marshall, uma "ação drástica", incluindo o investimento de 4,5 bilhões de libras, era necessária para atingir a meta do governo de diminuir pela metade, até 2010, o número de crianças vivendo na pobreza.

Uma porta-voz do governo afirmou que os dados constantes do relatório – referentes em sua maioria aos anos de 2000 a 2003 – não eram atuais e que reformas feitas por meio do programa "Todas as Crianças são Importantes" tinham melhorado as condições de vida das crianças britânicas.

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