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Paul Stephenson contratou jornalista envolvido em escutas ilegais | Suzanne Plunkett/Reuters
Paul Stephenson contratou jornalista envolvido em escutas ilegais| Foto: Suzanne Plunkett/Reuters

Investigação

Ex-editora de jornal envolvida em escândalo passa horas na prisão

A ex-presidente-executiva da News International Rebekah Brooks deixou a delegacia de Londres pouco depois da meia-noite de ontem (horário de Londres). A executiva foi detida após comparecer voluntariamente à delegacia da capital britância para prestar depoimento sobre o escândalo de grampos e escutas ilegais que teriam sido utilizados pelo tabloide News of the World.

Especula-se que ela tenha saída após pagar fiança, mas a informação não foi confirmada. Segundo o site, Rebekah foi solta após prestar esclarecimentos por mais de 12 horas sobre o escândalo que abalou a mídia no país.

Chefe do braço britânico do conglomerado de mídia do magnata Rupert Murdoch, o News Corporation, Rebekah Brooks foi detida sob suspeita de conspirar para interceptar comunicações e também corrupção.

Considerada uma "filha postiça’’ de Murdoch, a prisão de Brooks leva as investigações sobre o News of the World para o círculo íntimo do magnata da mídia.

  • Rebekah se apresentou à polícia, foi detida e liberada em seguida

Londres - O chefe da Polícia Metropolitana de Londres (Scotland Yard), Paul Stephenson, renunciou ontem, após denúncias de que tinha ligação direta com um ex-editor do tabloide News of the World, do magnata da mídia Rupert Mur­­doch, suspeito de ter pago propina a policiais em troca de informação.O comissário-chefe foi duramente criticado nos últimos dias por sua ligação com o ex-editor do News of the World Neil Wallis, preso em meio às investigações do escândalo. Stephenson teria contratado Wallis como consultor de relações públicas da polícia por um ano, até setembro de 2010.

Wallis trabalhou como editor adjunto do tabloide em 2003, junto com o ex-diretor Andy Coulson, antes de ser nomeado diretor executivo em 2007.

Em uma declaração pública, Stephenson defendeu suas ações e diz que seus encontros com Wallis, a quem conheceu em 2006, são de registro público. Disse ainda que a relação foi mantida apenas "por propósitos profissionais".

Ele nega ainda que tenha exercido qualquer papel na contratação de Wallis pela polícia londrina.

"Eu ouvi críticas de que nós deveríamos ter suspeitado do suposto envolvimento de Wallis nas escutas telefônicas. Deixe-me dizer inequivocamente que eu não tinha razão alguma para fazê-lo. Eu não ocupava uma posição no mundo do jornalismo. Eu não sabia da extensão desta prática desgraçada e da repugnante natureza da seleção de vítimas que está emergindo agora e nem de seu aparente alcance a níveis altos", afirmou.

Stephenson fez uma declaração pública na qual defendeu seu comportamento no cargo e explicou que sua renúncia visa a evitar prejuízos para a ampla investigação policial sobre os grampos e escutas ilegais feitos pelo tabloide britânico, além das denúncias de suborno.

"Não é hora de especulação. Mesmo uma pequena especulação sobre meu envolvimento é prejudicial [à investigação]", disse Stephenson.

Ontem, alguns meios britânicos publicaram que Stephenson passou cinco semanas em um balneário de luxo e a conta teria sido paga por um jornalista. A polícia afirma que a fatura foi paga pelo gerente do local, mas não explicou o motivo do generoso presente.

Stephenson reagiu ainda à critica de que a polícia não investigou a fundo as denúncias de grampo da primeira vez que surgiram, em 2006.

"Eu não tinha conhecimento ou envolvimento na investigação original dos grampos em 2006, que levaram de maneira bem sucedida à condenação e prisão de dois homens", disse.

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