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Londres - Uma granada dos EUA matou uma refém britânica durante uma tentativa de resgate no Afeganistão, e os norte-americanos envolvidos foram punidos por não terem relatado todos os detalhes da operação, disse a Grã-Bretanha na quinta-feira.

Pousando numa zona íngreme e escura, as forças dos EUA atiraram uma granada depois de terem sido atacadas, mas acabaram vitimando a trabalhadora humanitária Linda Norgrove, segundo a chancelaria britânica.

"Ficou claro que Linda havia sido levada para a vala na qual a granada foi atirada, e onde seu corpo agora foi descoberto," disse ao Parlamento o chanceler William Hague ao anunciar os resultados da investigação anglo-americana.

A refém, segundo necropsia, morreu vítima de estilhaços que atingiram sua cabeça e tórax. Ela havia sido sequestrada em 26 de setembro, junto com três colegas afegãos, numa parte remota da província de Kunar. A tentativa de resgate aconteceu em 8 de outubro.

Os primeiros relatos após a operação sugeriram que ela havia sido morta pelos sequestradores.

Hague disse que os membros da equipe de resgate "foram punidos por não terem fornecido um relato completo das suas ações, em concordância com o procedimento militar dos EUA."

Em nota, o Exército dos EUA admitiu que Norgrove foi morta por ferimentos de granada durante a operação, mas não esclareceu quem atirou o explosivo, nem mencionou as medidas disciplinares contra a equipe de resgate.

"Embora a morte de Norgrove seja uma terrível tragédia, os insurgentes que a sequestraram carregam a responsabilidade final por sua morte. O Comando Central dos EUA lamenta sinceramente a perda de vida que resultou desse terrível incidente," disse o general James Mattis, chefe do Comando Central dos EUA, que abrange a área do Afeganistão.

Já Hague disse assumir a responsabilidade por ter autorizado a operação. Havia informações de que a refém estava prestes a ser "passada para cima na cadeia de comando," o que a deixaria numa situação mais perigosa, segundo o ministro.

O primeiro-ministro David Cameron se reuniu na quinta-feira com os pais de Norgrove, cuja morte ilustra os riscos enfrentados por agentes humanitários e jornalistas no Afeganistão.

Este é o mais violento em nove anos no conflito que envolve as tropas ocidentais contra os insurgentes do Taliban, apoiados pela Al Qaeda.

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