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O governo grego prepara medidas adicionais para atingir suas metas orçamentárias de 2011, permanecendo, ao mesmo tempo, comprometido com os cortes de investimentos de 6,4 bilhões de euros já prometidos aos credores institucionais internacionais, disse o porta-voz do governo, Elias Mossialos. O anúncio foi feito em consequência da visita de emergência das equipes técnicas do Fundo Monetário Internacional (FMI), da União Europeia e do Banco Central Europeu nesta semana, seguindo-se ao agravamento do impasse quanto à ajuda ao país na reunião dos ministros das finanças da zona do euro no último domingo (19) e segunda-feira (20).

Na visita, a troica, como vêm sendo chamadas as equipes, fizeram objeções às mudanças de último minuto feitas pelo governo no seu programa de austeridade de cinco ano de 28 bilhões de euros e que incluem medidas específicas para 2011. "Novas medidas estão agora sendo debatidas", disse o porta-voz. "Mas não há a menor possibilidade de reduzirmos o tamanho do pacote com o qual nos comprometemos previamente". "O pacote de modo geral não será afetado (pelas mudanças) e continuamos comprometidos com a introdução de medidas capazes de gerar uma economia equivalente a 6,4 bilhões de euros em 2011. Desse modo, todo o pacote de austeridade de 28 bilhões de euros para os próximos cinco anos não será afetado", disse.

Diante da contestação recente dos deputados do partido socialista do governo, o gabinete procurou reduzir o impacto das novas medidas de austeridade exigidas pelos credores institucionais internacionais, voltando atrás na cobrança de impostos que originalmente seriam impostos para os trabalhadores de baixa renda, entre outras alterações.

Mas as autoridades da União Europeia, do FMI e do BCE disseram que essas mudanças irão criar um déficit de 3,5 bilhões de euros no cumprimento da meta orçamentária desse ano. As autoridades europeias e o FMI exigem da Grécia a aprovação de novas medidas de austeridade pelo Parlamento para a liberação da quinta tranche de 12 bilhões de euros, do programa de ajuda de 110 bilhões de euros concedido no ano passado. Sem esses recursos, a Grécia não conseguirá honrar seus compromissos com dívida de julho. Ao mesmo tempo, a Grécia precisa da aprovação das medidas para que uma nova ajuda seja disponibilizada ao país, com a qual será capaz de sobreviver nos próximos anos.

A população grega e a oposição continuam criticando a imposição de mais medidas de austeridade pelo governo, tendo em vista que o país enfrenta uma forte recessão. Uma nova greve geral foi convocada para os dias 28 e 29 de junho, coincidindo com o debate no Parlamento sobre as medidas de austeridade.

O líder do partido de oposição Nova Democracia, Antonis Samaras, reiterou que votará contra as medidas de austeridade, as quais considera irão piorar a atual recessão. "Precisamos de medidas corretivas para garantir que a economia grega se recupere e pague sua dívida", disse. O partido socialista do governo, entretanto, tem uma maioria mínima no Parlamento e a aprovação da moção de confiança no governo na terça-feira foi uma indicação de que as medidas podem passar no Parlamento.

Mesmo que as medidas sejam aprovadas, há temores de que a falta de união entre as lideranças acabe impedindo que os cortes de gastos e aumentos de impostos sejam efetivamente implementados. Hoje, algumas autoridades de governo europeus voltaram a pedir que os partidos políticos trabalhem juntos.

A gravidade da situação grega deve levar a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, Nicolas Sarkozy, a se reunirem novamente nesta quinta-feira (23) para discutir o assunto. O encontro ocorreria em paralelo à reunião de cúpula da União Europeia, destas quinta-feira e sexta-feira em Bruxelas. O primeiro-ministro da Grécia, George Papandreou, e o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, também estariam no encontro.

Em questão, além da liberação da quinta tranche do pacote do ano passado, está o novo programa de ajuda, no qual haveria a participação dos credores privados. Após semanas de impasse, os líderes da Alemanha e da França concordaram que esses credores deveriam participar voluntariamente do novo pacote. Agora, os governos trabalham junto aos bancos privados para ver como seria tal participação, sem causar perdas financeiras a eles, o que seria entendido como um calote na dívida da Grécia e provocaria um novo caos no mercado financeiro. As informações são da Dow Jones.

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