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Os gregos votam neste domingo (14) no segundo turno de eleições regionais que podem complicar ainda mais a tarefa do primeiro ministro, George Papandreou, de atingir as metas de déficit estabelecidas em troca de uma ajuda da União Europeia e do FMI (Fundo Monetário Internacional), no valor de US$ 110 bilhões.

A votação ocorre em meio a uma luta do governo, que se prepara para difíceis negociações com seus credores. Eles podem pedir a Atenas maiores comprometimentos da questão da austeridade fiscal nesta segunda-feira, quando iniciarão uma visita para averiguar a situação do país.

Um resultado ruim do partido PASOK, de Papandreou, neste domingo, pode dificultar para ele a tarefa de propor mais medidas de ajuste a uma população que já sofre para digerir grandes cortes nos gastos governamentais e aumentos de impostos.

A Grécia se comprometeu, em maio, a reduzir seu déficit orçamentário para 8,1% do PIB (Produto Interno Bruto) neste ano, mas a queda da arrecadação federal e uma revisão no déficit de 2009 farão com que Atenas consiga chegar a apenas 9,2% ou 9,3%, disse à Reuters uma fonte do governo na semana passada.

Com a Grécia lutando para cumprir as suas promessas fiscais, Papandreou disse à edição deste domingo do jornal "Proto Thema" que estender o pagamento do empréstimo da UE e do FMI é uma possibilidade.

Mas Lorenzo Bini Smaghi, membro do Comitê Executivo do Banco Central Europeu, afirmou ao jornal "Kathimerini" que qualquer iniciativa para mudar os termos do empréstimo minaria a credibilidade grega.

Papandreou ameaçou convocar eleições antecipadas se as votações regionais não oferecerem a ele um mandato capaz dar continuidade às difíceis reformas na Grécia. Mas ele descartou essa possibilidade depois de um bom desempenho do PASOK no primeiro turno. O governo venceu em duas grandes regiões, e há segundo turno em outras 11 neste domingo.

Os primeiros resultados devem sair ainda neste domingo.

Autoridades do FMI, da UE e do Banco Central Europeu iniciarão uma visita a Atenas nesta segunda-feira para monitorar o progresso fiscal e aprovar, em novembro, a liberação de 9 bilhões de euros da ajuda dada à nação.

Especialistas dizem que a Grécia pode ser pressionada pelas autoridades a tomar medidas mais amplas para evitar outros descumprimentos de metas.

Em um encontro com seus ministros, no sábado, Papandreou afirmou que o país está pronto para cortar mais gastos, mas prometeu que as medidas não prejudicarão mais os funcionários e pensionistas. Uma autoridade governamental disse que os cortes corresponderão a cerca de dois por cento do PIB no próximo ano.

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