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Beirute – A oposição anunciou na noite de ontem em comunicado a "suspensão da greve" geral durante a qual três pessoas morreram e 133 ficaram feridas em confrontos no Líbano com partidários do governo. "Duas pessoas morreram na cidade de Trípoli, no norte, e uma terceira em Beirute", declarou um policial.

Os enfrentamentos ocorreram em várias regiões, entre elas a capital, Beirute, durante a jornada de greve geral organizada pela oposição, apoiada por Irã e Síria e que busca derrubar o governo do premier Fuad Siniora, apoiado pelos países ocidentais.

Pouco depois desses confrontos, o primeiro-ministro do Líbano, Fuad Siniora, concedeu uma entrevista à imprensa advertindo a oposição de que não vai tolerar "que se atente contra a ordem pública". "O governo não vai tolerar "atos que nos façam recordar a guerra civil e o período de tutela (síria) no Líbano", declarou. Também o secretário-geral da ONU Ban Ki-moon assim como os Estados Unidos se declararam "profundamente preocupados com os atuais acontecimentos no país".

Siniora precisou que "mantém, em contrapartida, a mão estendida para chegar, através do diálogo, a uma solução da crise que se prolonga por cerca de dois meses". "O governo está aberto à retomada da mediação árabe, que pede e a deseja", acrescentou.

Milhares de pessoas foram às ruas na jornada de greve geral. A escalada de violência se produziu 48 horas antes da realização de uma conferência de ajuda internacional ao Líbano prevista para amanhã em Paris. O encontro na capital francesa representa uma importante oportunidade para que o Líbano, mergulhado numa dívida externa de US$ 41 bilhões, possa sair de sua grave crise financeira. Desde 1.º de dezembro de 2006, partidários da oposição dirigida pela milícia xiita pró-síria Hezbollah vêm se manifestando e concentrando em Beirute.

Desde o amanhecer, grupos de manifestantes queimaram pneus e jogaram areia e pedras nas pistas das grandes avenidas da capital e em outras regiões. Todas as grandes avenidas ao redor Beirute, assim como as principais estradas do país, foram bloqueadas.

No vale do Bekaa, a auto-estrada que liga Beirute a Damasco também esteve fechada. O Exército chegou a mobilizar blindados e centenas de soldados nos cruzamentos mais importantes. As forças de segurança interna reforçaram a presença nas ruas.

O líder cristão Samir Geagea, aliado do governo, acusou a oposição de lançar uma tentativa de golpe de Estado. "O que acontece não tem nada a ver com democracia. É um verdadeiro golpe de Estado", declarou à rede de tevê privada LBC. Também acusou as forças de segurança de não cumprirem com seu dever. "Não apenas não cumprem com o dever de reabrir as estradas, como também protegem os que bloqueiam estas vias. Não sei se percebem que o Líbano está desabando diante de seus olhos", acrescentou em tom alarmista.

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