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O surto de gripe suína, que matou até 160 pessoas, pode ser especialmente perigoso para milhões de pessoas que já lutam contra outras infecções, como HIV ou tuberculose, segundo especialistas em saúde.

Uma criança de 23 meses morreu no Texas nesta quarta-feira (29), tornando-se a primeira vítima fatal da gripe suína fora do México, onde a cepa H1N1 suscitou preocupação ao matar jovens adultos, em geral mais resistentes que bebês e idosos.

O vírus tem causado principalmente sintomas menos importantes nos países com infecções confirmadas fora do México, e o surto permanece minúsculo se comparado a outras epidemias como malária, hepatite, cólera e meningite.

No entanto, à medida que continua sua disseminação, epidemiologistas preocupam-se com a possibilidade de a gripe suína ter um impacto devastador sobre as pessoas cujo sistema imunológico esteja debilitado em razão do vírus da Aids ou de outras doenças.

O porta-voz da Organização Mundial da Saúde (OMS) Gregory Hartl disse que adultos que sofreram pneumonia severa e morreram por causa do vírus no México poderão na verdade ser classificadas dentro dessa categoria.

"É uma questão sobre a qual muitos de nossos cientistas estão se debruçando", disse Hartl a jornalistas em Genebra na terça-feira, ao ser questionado sobre por que as mortes até o momento se concentraram no México.

"Talvez as pessoas estivessem infectadas com outras doenças também, o que tornou a doença delas mais grave. Talvez elas estivessem imunologicamente deprimidas", disse ele.

Baixa imunidade

De acordo com estimativas da OMS, há no mundo 33 milhões de pessoas infectadas com o HIV, que debilita o sistema imunológico. Outras 9 milhões de pessoas são diagnosticadas com tuberculose anualmente, doença que apenas se destaca quando os níveis de imunidade estão baixos.

Se a gripe suína se infiltrar nessas comunidades e se espalhar em áreas pobres e densamente povoadas, como as favelas, onde são comuns doenças tropicais, os especialistas em saúde temem que o surto rapidamente se torne mais grave.

Com os orçamentos de saúde já apertados por causa da crise econômica global, autoridades da OMS estão apelando para que os governos assegurem que os pacientes com HIV e tuberculose obtenham as drogas necessárias para permanecerem fortes, e melhorem o acesso à saúde nas regiões pobres.

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