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Grupo ativista de apoio ao presidente Hugo Chávez usa violência para invadir sede da emissora Globovisión, em Caracas, na Venezuela | Globovisión / Reuters
Grupo ativista de apoio ao presidente Hugo Chávez usa violência para invadir sede da emissora Globovisión, em Caracas, na Venezuela| Foto: Globovisión / Reuters

O canal de TV Globovisión, de Caracas, foi invadido nesta segunda-feira (3) por um grupo de homens armados, simpatizantes do governo do presidente da Venezuela, Hugo Chávez. O grupo jogou bombas incendiárias e bombas de gás lacrimogêneo no local, deixando duas pessoas com ferimentos leves. A Globovisión é considerada pelo presidente Chávez como uma emissora ligada à oposição ao seu regime político.

O ministro do Interior da Venezuela, Tareck El Aissami, condenou o incidente e disse à televisão estatal venezuelana que ele será investigado pelo ministério público. "Seja quem for, o responsável por esta ação violenta deverá ser posto à ordem da justiça venezuelana", disse. O ministério público informou em nota que iniciou uma investigação sobre o incidente.

A violenta invasão ao edifício da TV ocorreu após vários protestos de jornalistas pelo fechamento de 34 emissoras de rádios nos últimos dias. O governo venezuelano argumentou que as rádios operavam ilegalmente, mas a oposição afirma que só foram fechados os meios de comunicação cuja linha editorial é crítica ao governo. As comunidades internacionais de imprensa denunciam o presidente Chávez de atentar contra a liberdade de imprensa.

As pessoas que invadiram a TV Globovisión portavam armas de fogo e renderam os guardas da segurança, disse o diretor Alberto Federico Ravell à imprensa. Uma vez dentro do edifício, o grupo explodiu bombas que chegaram a ferir dois empregados. Ravell disse que as pessoas estavam lideradas pela esquerdista Lina Ron, ligada a Chávez. "Responsabilizamos o presidente pelo que ocorreu hoje e levaremos as coisas até as últimas consequências", alertou Ravell. "Este atentado já não é contra a liberdade de imprensa, é contra a vida das pessoas que estavam trabalhando no canal", acusou.

A emissora distribuiu as imagens de suas câmeras de segurança, as quais mostram o grupo de homens armados com boinas vermelhas e bandeiras do partido UPV, aliado de Chávez, quando entram no edifício e lançam as bombas. Dezenas de jornalistas venezuelanos deram entrevistas às agências internacionais condenando os ataques e o fechamento de emissoras. A Globovisión foi acusada pelo governo da Venezuela de violar a Lei de Telecomunicações e está sendo investigada pela Justiça daquele país.

Antes da invasão, na manhã desta segunda-feira, o ministro de Obras Públicas e Habitação, Diosdado Cabello, deu uma entrevista coletiva à imprensa afirmando que "tem uma investigação penal aberta contra a Globovisión". Segundo ele, começaram "a transmitir coisas ridículas em um canal que deveria transmitir de tudo, mas só passam suas notícias". Cabello não duvidou em suas advertências: "tomaremos as medidas sem tremer o pulso".

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