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O grupo opositor Observatório Sírio de Direitos Humanos acusou neste sábado (4) o regime sírio de matar pelo menos 62 sunitas em ações militares desde a noite de ontem no bairro de Ras al Nabaa, em Baniyas, no norte do país.

A região é um dos poucos bairros sunitas de Baniyas, que fica na Província de Tartus, na costa do mar Mediterrâneo, que contém uma das maiores concentrações de alauitas, grupo do ditador Bashar Assad. O mandatário combate há dois anos contra grupos rebeldes, cuja maioria é de sunitas.

Segundo a entidade, sediada em Londres, o bairro foi cercado e bombardeado por tropas leais a Assad. Em seguida, milícias pró-regime invadiram o bairro, reuniram os moradores em algumas casas e começaram a matá-los.

Ativistas da oposição dizem que famílias inteiras foram mortas e alguns dos corpos foram queimados. Os insurgentes dizem que o número de vítimas pode aumentar. Mais cedo, o Observatório Sírio de Direitos Humanos havia relatado a fuga de 4.000 civis sunitas da região, por temor a novos ataques.

A maioria das famílias seguiu para a cidade portuária de Tartus, onde há uma base militar russa. A fuga e o suposto massacre acontecem dois dias após uma série de mortes que aconteceram no vilarejo de Al Baida, também na Província de Tartus.

Na ocasião, tropas de Assad foram responsabilizadas pela morte de ao menos 40 pessoas, embora alguns ativistas tenham falado em mais de 200 mortos. O regime sírio não comentou sobre as ações realizadas na região e o número de mortos informado pelos rebeldes.

As informações sobre a Síria não podem ser confirmadas de forma independente devido às restrições do regime de Bashar Assad contra a entrada de organizações independentes e jornalistas no país. Segundo a ONU, mais de 70 mil pessoas morreram no país desde o início do conflito, em março de 2011.

Hoje, a porta-voz do Departamento de Estado americano, Jennifer Psaki, disse que os Estados Unidos estão horrorizados com as notícias sobre as mortes em Baida e disse que os responsáveis pelas violações de direitos humanos terão que responder aos crimes em tribunais internacionais.

Assad

O ditador Bashar Assad reapareceu hoje em visita à Universidade de Damasco, na abertura de um monumento contra as vítimas universitárias do conflito com os rebeldes, que deixou 70 mil mortos em dois anos.

Segundo a agência de notícias Sana, milhares de estudantes participaram da cerimônia de inauguração, que também contou com a presença de familiares das vítimas do conflito. Cercado de guarda-costas, o ditador cumprimentou à distância os alunos da instituição de ensino.

Esta é a segunda aparição na semana do mandatário, que tem diminuído o número de eventos públicos com o aumento da intensidade dos confrontos dentro do país. Na quarta, ele foi a uma usina de energia na capital síria para comemorar o Dia do Trabalhador.

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