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Um grupo talibã paquistanês afirmou neste domingo (25) que Mohammed Merah, o atirador que matou sete pessoas em Toulouse e Montauban, foi treinado em um acampamento próximo à fronteira com o Afeganistão. Os terroristas, contudo, negam ter ligação com as ações do franco argelino. Irmão do terrorista continuará preso por suspeita de envolvimento com o caso.

"Mohammed Merah treinou com o Tehrik-e-Taliban Paquistão (TTP) no norte do Waziristão", afirmou Ahmed Marwat, que afirmou ser porta-voz da facção Jundullah do TTP. "Entretanto, nós não temos nenhuma informação sobre os ataques na França. Eles não têm ligação conosco".

Após a morte de Merah, outro grupo terrorista que seria ligado a al-Qaeda, Soldados do Califa, disse ser responsável pelos ataques. Apesar das afirmações dos diferentes grupos, a inteligência francesa afirma que não há provas de que o atirador pertencia a qualquer grupo radical islamista. Os investigadores ainda tentam estabelecer se Merah teve apoio logístico e ideológico ou se agiu por conta própria. Ele fez viagens ao Afeganistão e ao Paquistão entre 2010 e 2011.

O irmão de Mohammed, Abdelkader, continuará detido pela polícia enquanto seu possível envolvimento com o caso é investigado, informou a promotoria pública da França. Durante o cerco ao atirador, explosivos foram encontrados no carro de Abdelkader, que já tinha registros nos serviços de segurança franceses por ajudar militantes jihadistas no Iraque em 2007. Sua mulher, que também estava presa, foi libertada.

"Os inquéritos policiais produziram sérios e coincidentes apontamentos que sugerem sua participação como cúmplice em crimes relacionados a uma investida terrorista como plausível", afirmou a promotoria em um comunicado. Os inquéritos vão estabelecer se ele irá a julgamento.

Paquistão relata franceses sendo treinados em campos terroristas

Integrantes do serviço de inteligência do Paquistão afirmaram que aproximadamente 85 muçulmanos franceses passaram por treinamento com o Talibã no noroeste do país nos últimos três anos, o que aumentou o temor de futuros ataques. A maioria deles teria dupla nacionalidade da França e de países do norte da África. As autoridades investigam se Mohammed Merah fez parte desse grupo.

De acordo com os oficiais, que pediram anonimato, os franceses operam sob o nome Jihad-e-Islami e são orientados sobre como usar explosivos e outras armas em campos de treinamento perto da cidade de Miran Shah e na região de Datta Khel. Eles seriam conduzidos por um comandante francês identificado como Abu Tarek. Cinco homens teriam retornado à França em janeiro de 2011 para recrutar novos militantes.

No sábado (24), o presidente francês, Nicolas Sarkozy, prometeu reprimir os cidadãos franceses que participarem de treinamentos em campos terroristas. "Qualquer um que for ao exterior para participar de cursos ideológicos que levem ao terrorismo serão punidos criminalmente. A resposta será a prisão", insistiu.

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