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Várias formações revolucionárias egípcias convocaram neste domingo marchas rumo ao Palácio Presidencial para rejeitar o resultado do diálogo nacional iniciado ontem e a realização de um referendo sobre a Constituição no dia 15.

Cinco manifestações partirão de várias praças e mesquitas do Cairo entre as 16h e as 17h locais (12h e 13h de Brasília) e se dirigirão para o palácio presidencial de Itihadiya, para se reunir os manifestantes que acamparam ao redor do complexo.

Um dos grupos organizadores é o Movimento 6 de Abril, que rejeitou em comunicado divulgado no Facebook os resultados do diálogo nacional realizado ontem entre o presidente egípcio, Mohammed Mursi, e 40 personalidades, em sua maioria islamitas, que foi boicotado pela oposição laica.

O Movimento 6 de Abril se referia à nova declaração constitucional emitida ontem à noite após o diálogo nacional, que anula o decreto promulgado em 21 de novembro mas mantém "suas consequências", como a continuação do novo procurador-geral, Talat Ibrahim, em seu cargo durante quatro anos.

"O atual procurador-geral foi nomeado pela cabeça do poder executivo", denunciou o movimento, que reivindicou que a pessoa que ocupar o posto seja escolhida ou nomeada pelo Conselho Supremo da Justiça e não pelo presidente do país.

A formação pediu a anulação da ata constitucional anunciada em 21 de novembro com todos os seus efeitos e que seja adiado o referendo até que se elabore outra Constituição que seja pactuada pelo povo.

Fazendo coro, o coordenador da Frente de Salvação Nacional - que reúne a oposição laica - o prêmio Nobel da Paz Mohamed ElBaradei, pediu que se rejeite a nova Constituição, em um comentário em Twitter.

"Derrubamos a barreira do medo, vamos impedir hoje, melhor que amanhã, a Constituição de abortar nossos direitos e liberdades... Nossa força está em nossa vontade", disse ElBaradei em uma primeira reação à nova ata constitucional anunciada ontem.

Segundo o decreto, no caso de os eleitores rejeitarem a Constituição no referendo de 15 de dezembro, o presidente do país convocará eleições para escolher os 100 membros de uma nova Assembleia Constituinte, dentro de um prazo de máximo três meses.

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