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La Paz – Um grupo de cerca de 100 guaranis está há três dias sitiando uma estação do gasoduto da companhia Transierra, no leste da Bolívia. Eles exigem compensação econômica.

A Transierra é uma sociedade formada pela Petrobrás, pela hispano-argentina Repsol YPF e pela francesa Totalfinaelf. Ela administra o gasoduto Yacuiba-Rio Grande, de 432 quilômetros de extensão e uma capacidade de transporte de 11 milhões de metros cúbicos por dia.

A Estação Operacional de Parapetí, localizada no município de Charagua, departamento de Santa Cruz, está sendo assediada por integrantes de comunidades filiadas à Assembléia do Povo Guarani (APG), confirmou um boletim da companhia.

O presidente da APG, Wilson Changaray, disse que a empresa não cumpriu o compromisso, assinado no ano passado, de executar um Plano de Desenvolvimento Indígena pelos próximos 20 anos. Ele admitiu que a administração do projeto deveria ser compartilhada, mas disse que, como a Transierra "não fez a sua parte", os guaranis querem o depósito dos recursos numa conta bancária.

Segundo a Transierra, sua participação no plano de desenvolvimento chega a US$ 9 milhões nos 20 anos previstos no acordo. "A empresa cumpriu, cumpre e cumprirá os compromissos assumidos com todas as comunidades localizadas na área de influência" do gasoduto, diz o seu comunicado.

"Se não houver soluções, tomaremos outras medidas", avisou o líder guarani. Ele sugeriu a possibilidade de invadir a estação de Parapetí e fechar as válvulas do gasoduto e bloquear a ligação com o norte da Argentina.

Comunicado

Um comunicado da Transierra afirma que, apesar da presença dos índios, as operações são normais. A Transierra afirma que pagou pelo uso das terras ao longo dos 432 quilômetros do oleoduto, tanto a proprietários privados quanto aos habitantes das terras comunitárias de origem (TCO).

O acordo com a APG prevê "a implementação de programas e projetos, mediante administração conjunta, com uma contribuição anual média de US$ 450 mil", segundo a empresa, que argumenta que os valores "serão depositados com o tempo, de acordo com o desenvolvimento da operação" do gasoduto. Os indígenas, no entanto, não acreditam na intenção da empresa.

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