A ocupação de um gasoduto na Bolívia, vital para as exportações de gás ao Brasil, se prolongará pelo menos até sexta-feira, quando os índios guaranis que estão no local e que pressionam a empresa que opera a instalação, voltarão a se reunir.
O diretor de dutos da Superintendência de Hidrocarbonetos, Abel Pantoja, informou que a ocupação de uma estação de controle, iniciada no fim de semana passado, não afetou as exportações de gás. Ele acrescentou, no entanto, que os índios mantêm a ameaça de cortar o abastecimento.
Wilson Changaray, líder da entidade que organizou o protesto, a Assembléia do Povo Guarani, disse para emissoras de rádio que há quase 500 índios ocupando a estação de Parapetí, a cerca de 1.100 quilômetros a sudeste de La Paz.
- Só estão presentes, não tocaram em nenhum sistema - disse.
Pantoja disse à agência Reuters que, após uma negociação concluída na madrugada de terça-feira, os guaranis deram o prazo até sexta-feira para que a empresa Transierra responda às exigências de acelerar o desembolso de recursos para projetos de desenvolvimento acertados no ano passado.
- A empresa havia se comprometido a investir US$ 9 milhões em 20 anos e os guaranis estão pedindo que esse cronograma seja reduzido para quatro anos e que 50% do valor seja desembolsado ainda neste mês - explicou.
Uma fonte da Transierra disse que a companhia dará sua resposta na sexta-feira aos índios, em uma nova reunião que também será realizada na estação ocupada pelos guaranis.
A Transierra é formada pela Petrobras, pela espanhola Repsol YPF e pela francesa Total .
As operações da Transierra não foram afetadas pela nacionalização, que afetou outros negócios das três empresas na Bolívia.



