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Três ex-soldados serão julgados pelo massacre de mais de 250 pessoas na Guatemala em 1982, decidiu um juiz na quarta-feira. Esse será o primeiro julgamento de crimes cometidos durante a guerra civil da Guatemala (1960-1996).

Grupos que investigam violações de direitos humanos e parentes das vítimas acusam 17 soldados, incluindo nove da unidade de elite Forças Especiais, de terem entrado na aldeia de Dos Erres no norte da Guatemala e matado camponeses desarmados, depois de acusá-los de apoiar guerrilheiros esquerdistas.

Uma Comissão da Verdade, apoiada pela ONU, descobriu que os soldados mataram bebês, atirando-os contra árvores ou esmagando suas cabeças com martelos. Depois, jogaram os corpos em um poço. Em seguida, os soldados estupraram mulheres e assassinaram o restante dos habitantes ao longo de vários dias.

Apenas três dos soldados acusados foram presos na Guatemala e serão julgados na semana que vem, disse o juiz. Outros quatro são mantidos em custódia nos Estados Unidos, depois que funcionários da imigração descobriram que eles haviam mentido em sua solicitação da cidadania norte-americana. A Guatemala pediu sua extradição.

Embora algumas autoridades militares tenham sido presas por crimes individuais durante a guerra, esta é a primeira vez que membros das forças armadas serão julgados por um massacre.

"A magnitude deste caso é o que o torna tão importante", disse à Reuters um advogado dos parentes das vítimas. "Foi a completa eliminação de um vilarejo, numa demonstração da política de terra arrasada do governo."

A guerra civil da Guatemala opôs uma sucessão de governos de direita contra insurgentes esquerdistas e provocou quase 250 mil mortes.

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