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Outdoor anti-Israel com fotos de mísseis e uma frase em persa escrito “Israel é mais fraco que uma teia de aranha”, em Teerã
Outdoor anti-Israel com fotos de mísseis e uma frase em persa escrito “Israel é mais fraco que uma teia de aranha”, em Teerã| Foto: EFE/EPA/ABEDIN TAHERKENAREH

Dias antes do ataque do Irã com mais de 300 drones e mísseis contra Israel, no mês passado, o chefe do setor de defesa cibernética de Tel Aviv, Gaby Portnoy, alertou o mundo de que o conflito também ganhou força no ciberespaço.

Segundo o relatório anual da Direção Cibernética Nacional de Israel, nos primeiros três meses após o massacre liderado pelo Hamas, o número de ataques cibernéticos contra o país foi 2,5 vezes maior do que nos anos anteriores, com um total de 3.380 incidentes registados, muitos deles associados a Teerã e seus patrocinados, como a milícia libanesa Hezbollah.

Durante esse período, cerca de 800 ataques hackers foram classificados como tendo “potencial significativo de danos”, segundo o documento. Entre os alvos estavam organizações governamentais, infraestruturas militares e civis.

“A intensidade do ataque é maior do que nunca, com grupos iranianos e do Hezbollah cooperando para atacar Israel em todos os setores”, disse Portnoy na ocasião.

Semanas antes do ataque de Teerã, um grupo de hackers vinculado ao país persa alegou ter comprometido os sistemas de radares israelenses, embora a agência de defesa cibernética de Tel Aviv tenha negado tal ação ao declarar que não foi notada nenhuma “atividade anormal” naqueles dias.

Apesar de Israel ser reconhecidamente desenvolvido nesse setor, alguns dos ataques dos últimos meses não puderam ser frustrados, como por exemplo episódios contra hospitais nas cidades de Haifa e Safed, onde foram roubados dados de pacientes. Um dos casos foi associado ao grupo de apoio do Hezbollah, o Lebanese Cedar.

Diante do crescimento da ameaça iraniana no ciberespaço, Israel tem investido em uma "cúpula cibernética", ambiente onde são aprimoradas estratégias para combater a atividade hacker do Irã e antecipar possíveis "agressões" na área tecnológica.

Em entrevista à revista americana Foreign Policy, Mohammed Soliman, diretor do programa de tecnologias estratégicas e segurança cibernética do Middle East Institute em Washington D.C, afirmou que a guerra no ciberespaço entre os dois países é considerada a "rivalidade mais antiga do mundo" nesse sentido.

Segundo o especialista, Israel possui mais capacidade tecnológica nessa disputa pelo apoio dos Estados Unidos, enquanto o Irã pode ser classificado como "potência cibernética em ascensão”. O país persa também recebe apoio de potências, como a Rússia e a China.

“O Irã não é realmente equivalente a Israel no ciberespaço, mas é uma nação muito ágil em termos de construção das suas próprias capacidades e também tem aprendido com os israelenses todos estes anos", afirmou Soliman.

O pesquisador Chuck Freilich, do Instituto de Estudos de Segurança Nacional, afiliado à Universidade de Tel Aviv, explicou em entrevista à rede France 24 que, além de visar a sabotagem de infraestruturas em Israel, o Irã também foca seus ataques em "recolher dados para inteligência e difundir informações falsas para fins de propaganda”.

Freilich aponta que a assistência da Rússia e da China nesse aprimoramento é essencial para o sucesso de Teerã, bem como a crescente ênfase das universidades iranianas em treinamento cibernético para estudantes e soldados.

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