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A ofensiva na Faixa de Gaza contra o grupo militante islâmico Hamas restaurou os índices de aprovação dos atuais líderes israelenses, a menos de três semanas das eleições gerais no país.

Mas as pesquisas indicam que isso não pode ser suficiente para impedir que o cargo de primeiro-ministro seja conquistado pelo principal rival do governo, Benjamin Netanyahu, o ex-premier que se opõe às conversações de paz com os palestinos, apoiadas pelos Estados Unidos.

Seja quem for que vença o pleito terá de formar um governo de coalizão e enfrentar a grande divisão da sociedade israelense, o que significa outro Parlamento fragmentado que, por sua vez, pode indicar vida curta para o novo governo.

As eleições de fevereiro em Israel serão a quinta em uma década. O constante tumulto político tem interferido nas tentativas de paz com os palestinos, já que Israel geralmente não tem um governo forte o suficiente para fazer avanços significativos.

Pesquisas mostram que o ministro da Defesa, Ehud Barak, líder do Partido Trabalhista, de centro-esquerda, foi quem mais ganhou com a ofensiva na Faixa de Gaza. Levantamento realizado em 14 de janeiro mostra que seu índice de aprovação pessoal chegou a 70%, o maior já registrado, ante 53% duas semanas antes, disse o pesquisador Camil Fuchs.

A líder do governista Kadima, a ministra de Relações Exteriores, Tzipi Livni, obteve 51% de aprovação, ante 47% da pesquisa anterior. O primeiro-ministro Ehud Olmert também teve elevação de seu índice de aprovação, para 46%, de 14% alguns meses atrás e 33% no levantamento prévio disse Fuchs.

A população de Israel apoiou firmemente os 22 dias de guerra, travada com o objetivo declarado de pôr fim a anos de ataques de foguetes palestinos contra o sul de Israel. As mortes israelenses, 13 no total, foram relativamente baixas se comparadas aos mais de 1.300 palestinos mortos nos confrontos. Em Israel, vota-se nos partidos, não nos candidatos. Os assentos no Parlamento são divididos entre os partidos proporcionalmente aos votos obtidos pelas agremiações e o líder da maior legenda é escolhido para formar um novo governo.

Cadeiras

O sucesso da ofensiva não diminuiu a popularidade do partido de Netanyahu, o Likud, mostraram as pesquisas. Um levantamento realizado por Fuchs logo após o cessar-fogo israelense, no domingo, dava a liderança ao Likud, com 29 das 120 cadeiras do Parlamento.

O Kadima, liderado por Tzipi Livni, deve conquistar 26 assentos. O Partido Trabalhista deve conseguir 14, número maior do que os seis indicados em levantamento anterior à guerra mas não o suficiente para que Ehud Barak possa conseguir o cargo de premier.

Além do mais, o bloco de partidos extremistas conquistou mais votos do que os moderados, da mesma forma como já indicavam pesquisas feitas antes da guerra, num total de 64 cadeiras. Esse número seria suficiente para dar o cargo de primeiro-ministro a Netanyahu, como chefe de uma coalizão de direita. A pesquisa, feita pela empresa Dialog, entrevistou 560 pessoas e tem uma margem de erro de 4,5 pontos.

Um outro levantamento feito pela New Wave, e publicado ontem, deu ao Likud 35 cadeiras, duas a mais na comparação com a pesquisa feita em 7 de janeiro. O Kadima teria 25, duas a menos, e o Partido Trabalhista manteve-se inalterado, com 15 assentos. O bloco de direita contava com 65 cadeiras. Foram entrevistadas 623 pessoas e a margem de erro é de 3,9 pontos porcentuais.

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