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Duas crianças foram mortas em média a cada dia no ano passado no Afeganistão, e áreas outrora pacíficas do norte estão agora entre as mais perigosas, disse nesta quarta-feira uma entidade independente de proteção dos direitos humanos no país.

O relatório da Afghanistan Rights Monitor (ARM) diz que, entre 2.421 mortes de civis registradas em incidentes relacionados ao conflito no ano passado, 739 foram de menores de 18 anos.

Quase dois terços dessas mortes de menores de idade foram atribuídas a "grupos armados de oposição" (ou insurgentes), enquanto as tropas estrangeiras sob comando dos EUA e Otan teriam causado 17 por cento delas.

A ARM disse que muitas mortes de menores ocorreram nas violentas províncias meridionais de Kandahar e Helmand, tradicionais redutos da insurgência, mas que Kunar (leste) e Kunduz (norte) também estão entre as regiões mais perigosas para crianças e adolescentes.

As mortes de militares e civis atingiram em 2010 seus piores níveis desde que os EUA invadiram o Afeganistão e ajudaram a derrubar o regime islâmico do Taleban, em 2001.

Mas o número de menores mortos pela guerra caiu no ano passado em relação a 2009, quando houve 1.050 vítimas, segundo o ARM.

A entidade alertou, no entanto, que "as crianças estiveram altamente vulneráveis aos males da guerra, mas pouca coisa foi feita pelas partes combatentes, particularmente os grupos armados de oposição, para assegurar a segurança infantil durante incidentes militares e de segurança".

Um relatório divulgado no final do ano passado pela ONU estimava que o número de vítimas civis no Afeganistão havia aumentado 20% nos primeiros dez meses do ano, em relação ao mesmo período de 2009, e que mais de três quartos eram mortos ou feridos por insurgentes.

O relatório do ARM diz que a maioria das crianças e adolescentes que morrem são vitimadas por bombas caseiras. Em seguida na lista vêm os ataques suicidas, os bombardeios aéreos e os morteiros.

Na segunda-feira, a Isaf (força internacional sob comando da Otan) informou que uma criança foi morta acidentalmente num bombardeio na província de Helmand.

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