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Pelo menos 45 policiais, soldados e guerrilheiros colombianos morreram na última semana em meio a uma ofensiva de rebeldes esquerdistas na Colômbia, enquanto o recém-empossado presidente Juan Manuel Santos promete manter a luta contra os insurgentes.

Os colombianos já se acostumaram a picos de violência da guerrilha em épocas de transição de governo. Mesmo com as 45 mortes em uma semana, a atual onda de violência tem tido menos impacto do que em ocasiões anteriores.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), que existem há mais de quatro décadas, sofreram duras baixas durante os oito anos de governo de Alvaro Uribe, mas vêm realizando uma série de ataques no último mês para demonstrar que continuam sendo uma ameaça ao governo.

Num desses incidentes, a guerrilha disparou um foguete contra um comboio policial e queimou os corpos de 14 agentes com gasolina. Em outro, atacou uma delegacia com mísseis caseiros, deixando 6 mortos.

Ambos os ataques aconteceram na província de Nariño, perto da fronteira com o Equador, onde há grande atividade de traficantes. Mas as ações foram muito mais tímidas do que em ocasiões do passado nas quais cidades inteiras eram sitiadas, pontes eram destruídas e dezenas de pessoas eram sequestradas.

"O que estamos vendo agora é em uma escala muito menor ao que ocorreu durante transições anteriores de governo", disse o analista de segurança Alfredo Rangel. "Os guerrilheiros querem demonstrar que ainda são uma ameaça. O que eles estão demonstrando é realmente o contrário."

Sob o governo de Uribe, a Colômbia recebeu milhões de dólares dos Estados Unidos para combater a guerrilha e o narcotráfico, e o ambiente de maior segurança atraiu grandes investimentos ao país. Santos, que foi ministro de Defesa de Uribe, promete manter essas políticas.

Mas, na noite de quarta-feira, os noticiários de TV voltaram a se encher de imagens violentas, depois de um pacote-bomba ter explodido em frente a edifícios públicos na localidade de Pasto, estilhaçando vidraças e deixando 12 feridos. As autoridades atribuíram o atentado às Farc.

As autoridades dizem que o Exército de Libertação Nacional, uma guerrilha esquerdista menor e mais fraca, está somando forças às Farc para tentar assegurar sua sobrevivência, já que ambos os grupos estão na defensiva.

Santos, enquanto isso, busca melhorar as relações com os países vizinhos - Venezuela, Equador, Panamá e Brasil - e obter ajuda regional contra as Farc.

"À medida que esses países se mobilizarem para proteger suas fronteiras, as Farc não poderão mais se deslocar livremente para outros países quando estiverem fugindo das forças colombianas", disse Jimena Blanco, que acompanha assuntos da Colômbia no boletim britânico Latin American Newsletters.

"E ficando na Colômbia, elas serão forçadas a intensificar seus ataques com o objetivo de sobreviver", acrescentou.

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