Haitianos festejam chegada de René Préval ao poder

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Porto Príncipe (EFE/ Folhapress) – Milhares de haitianos que apóiam a candidatura de René Préval celebraram ontem sua proclamação como presidente eleito, enquanto o segundo colocado na disputa eleitoral, Leslie Manigat, afirmou que a decisão é "um golpe de Estado". Multidões, provenientes dos bairros mais pobres da capital haitiana, chegavam de forma pacífica à sede do governo entoando canções favoráveis ao político.

Sem o aval da oposição e pressionado pelo Brasil e por outros países, o Conselho Eleitoral Provisório (CEP) proclamou o candidato do partido Esperança presidente eleito com 51,15% dos votos, após a apuração de 96% dos votos válidos. A proclamação foi confirmada após um acordo com o primeiro-ministro interino, Gérard Latortue, sobre a contabilidade dos votos em branco. Os votos em branco, ao invés de serem considerados uma opção eleitoral, foram distribuídos proporcionalmente entre todos os candidatos a presidente. Isso contribuiu para que Préval conseguisse a maioria absoluta. A posse de Préval será em 29 de março.

Entre várias denúncias de fraude e protestos populares, o presidente do CEP, Max Mathurin, confirmou que milhares de cédulas de votação foram encontradas no lixo e anunciou o início de uma investigação.

O Brasil foi quem propôs a idéia que culminou no acordo ao sugerir uma reavaliação na forma como os votos em branco estavam sendo computados. De acordo o embaixador do Brasil no Haiti, Paulo Pinto, após a sugestão brasileira de reavaliar os votos em branco, a missão eleitoral da ONU propôs o modelo belga, no qual os votos em branco são distribuídos de forma proporcional entre os candidatos.

O anúncio da vitória de Préval foi elogiado pelos EUA, que parabenizaram o futuro presidente pela vitória. O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), José Miguel Insulza, expressou ontem sua "satisfação" pela proclamação de Préval como presidente eleito. Insulza afirmou que o CEP "tomou uma decisão, e que esta deve ser acatada por todos" e assegurou que "não houve fraude, os votos foram bem contados".