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O Hamas não vai se apressar para negociar com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas, caso ele insista na supremacia de Organização pela Libertação Palestina (OLP), informou o grupo nesta segunda-feira (2).

Em uma mensagem que zomba de Abbas e seus seguidores, uma importante autoridade do Hamas acusou Abbas de alinhar-se a Israel durante a recente operação na Faixa de Gaza e de querer "o retorno dos tanques israelenses" para controlar o território.

No domingo, Abbas rejeitou o pedido do Hamas para substituir a OLP por uma organização com menos presença de seus aliados, e afirmou que reconhecer a supremacia da OLP na representação dos palestinos é uma condição para o diálogo.

Apesar da criação da Autoridade Palestina para governar os territórios, a OLP ainda tem bastante influência por ser "a única representação legítima do povo palestino", reconhecida internacionalmente e incluindo campos no Líbano, Jordânia e Síria. Ao contrário do Hamas, a OLP reconhece a existência de Israel.

"Mahmoud Abbas falou impulsivamente, talvez refletindo a confusão em que vive desde a vitória do Hamas e da resistência em Gaza. Nós garantimos a ele que não estamos implorando por um diálogo e não estamos correndo atrás disso", disse Mohamed Nazzal, porta-voz do Hamas em Damasco, onde o vive exilado o líder do grupo Khaled Meshaal.

O Hamas afirma ter se fortalecido depois da ofensiva de três semanas em Gaza, na qual morreram mais de 1.300 palestinos, incluindo 700 civis. Um total de 10 israelenses morreu na mesma ofensiva.

"Abbas e sua turma esperavam (durante a invasão israelense) o colapso do Hamas e da resistência; esperavam voltar para Gaza em tanques israelenses depois de terem fugido de calças curtas em junho de 2007", disse Nazzal.

O Hamas derrotou as forças do Fatah, de Abbas, em junho de 2007, expulsando-as da Faixa de Gaza.

Desde então, as relações entre as duas facções pioraram. A tentativa egípcia de convocar uma conferência de união fracassou quando o Hamas se recusou a comparecer, acusando Abas de querer obter ganhos políticos às suas custas.

O Hamas e a Jihad Islâmica não fazem parte da OLP, que é dominada por Abbas e pelas facções leais a ele, apesar do acordo de 2005, que estabeleceu que ambos deviam fazer parte da organização.

No Cairo, Ayman Taha, autoridade do Hamas, disse à Reuters: "Nossa posição é clara. Nossa exigência é a reconstrução ou a reforma da OLP, mas se o outro lado insistir em não reformar ou reconstruir a OLP, é nosso direito procurar outras opções".

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