Hamas faz Israel se afastar de Caracas

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Jerusalém – A diretora adjunta do ministério das relações exteriores de Israel, Dorit Shavit, afirmou ontem que Israel vai reavaliar suas relações com a Venezuela por conta da aproximação do presidente Hugo Chávez com o grupo radical Hamas, que venceu as eleições palestinas e vai liderar o novo governo da Autoridade Palestina. Apesar dos apelos da comunidade internacional, o Hamas não esconde o desejo de "destruir Israel". "Parece que a Venezuela vai realmente receber uma delegação do Hamas", disse Shavit a um grupo de 30 jornalistas e professores latino-americanos em visita ao Estado de Israel. "Chávez fala com muito entusiasmo do Hamas, que é apoiado pelo Irã. No passado ele (Chávez) já defendeu a possibilidade de o Irã ter armas nucleares. Essa combinação de armas nucleares do Irã com seu desejo declarado de tirar Israel do mapa não pode ser aceita por nós. Tampouco pode ser aceita uma amizade entre Venezuela e Irã", afirmou.

Shavit não entrou em detalhes sobre o que significa essa revisão nas relações israelenses com o país latino-americano, mas adiantou que a embaixada de Israel na Venezuela está orientada a interceder junto ao governo venezuelano e aos formadores de opinião daquele país sobre as ameaças que uma aproximação venezuelana com o Hamas ou o Irã traria para Israel e para a própria Venezuela.

Rússia

O primeiro-ministro em exercício de Israel, Ehud Olmert, por sua vez, declarou em uma coletiva de imprensa que espera estreitar os laços com a Rússia. Ontem, Rússia e Irã deram início a uma terceira rodada de negociações sobre a possibilidade de manter um programa nuclear conjunto, que não desperte desconfianças de Israel nem dos demais integrantes do quarteto de Madri (além de Rússia, o grupo inclui EUA, União Européia e ONU). "A Rússia é um pais importante. Temos de achar caminhos para melhorar e estreitar relações e afinar os entendimentos entre nossos governos", disse Olmert, acrescentando que recebeu, há alguns dias, mensagens positivas do presidente russo, Vladimir Putin, sobre a importância do diálogo entre Rússia e Israel.