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Integrantes de equipe de resgate de Israel examinam carro em que estavam israelenses mortos por radicais palestinos | Ronen Zvulun/Reuters
Integrantes de equipe de resgate de Israel examinam carro em que estavam israelenses mortos por radicais palestinos| Foto: Ronen Zvulun/Reuters

As negociações

Os encontros de hoje e amanhã representam mais um passo no longo processo de paz em curso no Oriente Médio.

13.set.1993 – Oslo – Israel e a Organização para a Libertação da Palestina (OLP) fazem negociações secretas de paz em Oslo e se reconhecem mutuamente.

14.mai.1994 – Cairo – Após acordo no Cairo, Israel recua suas tropas de 70% da Faixa de Gaza e da Cisjordânia.

28.set.1995 – Oslo II – Em Washington, novo acordo negocia a retirada de tropas israelenses de áreas ocupadas.

23.out.1998 – Wye Plantation – Nos EUA, israelenses aceitam uma retirada de 13% do território da Cisjordânia.

Entre 11.jul.2000 e 25.jul.2000 – Camp David – Israel oferece aos palestinos soberania em áreas de Jerusalém Oriental e devolução de áreas ocupadas. O acordo fracassa e começa a Segunda Intifada.

Jan.2010 – Egito – Israelenses e palestinos discutem a paz no Egito com base em um plano do presidente americano Bill Clinton. A tentativa fracassa por falta de tempo.

30.abr.2003 – Quarteto para o Oriente Médio – Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas elaboram um plano de paz. O futuro de Jerusalém acaba não sendo negociado.

27.nov.2007 – Annapolis – Nos EUA, Israel e a Autoridade Palestina (que só controla a Cisjordânia) tentam chegar a um acordo de paz para 2008, sem obter resultados.

Hoje – Washington – Israelenses e palestinos devem tentar retomar as negociações de paz, que estavam suspensas desde 2008

Fonte: Agência Central de Estatísticas de Israel/Folhapress

Jerusalém - A violência voltou ontem aos territórios ocupados por Israel, na véspera do reinício das negociações de paz com os palestinos. Qua­­tro israelenses foram mortos a tiros perto de Hebron, na Cisjor­­dânia, entre eles uma mulher grávida.

A ação foi reivindicada pelo grupo islâmico Hamas, que controla a faixa de Gaza e é radicalmente contrário à negociação com Israel.

O atentado deve reforçar o clima de pessimismo que cerca o es­­forço americano de aproximar israelenses e palestinos numa no­­va rodada do processo de paz a partir de hoje, em Washington.

Além disso, abala a sensação de segurança gerada nos últimos meses pela cooperação entre as forças de Israel e da Autoridade Na­­cional Palestina (ANP), que ad­­ministra a Cisjordânia. Foi o pior atentado contra civis israelenses em mais de dois anos.

Segundo o Exército de Israel, o carro com dois casais de colonos estava numa estrada perto do as­­sentamento de Kiryat Arba, quando atiradores palestinos emparelharam e abriram fogo.

As vítimas, todas de uma mesma família, moravam no pequeno assentamento de Beit Hagai, ao sul da cidade de Hebron, um dos principais focos de tensão entre israelenses e palestinos.

O premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, que estava a caminho da cúpula de Washington quando o ataque ocorreu, ordenou que as forcas de segurança israelenses "ajam sem limites políticos para capturar os autores’’. "Essa ação criminosa mostra mais uma vez que temos que ser firmes nas de­­mandas de segurança’’, disse o porta-voz do premiê, Nir Hefez.

A embaixada de Israel em Wa­­shington divulgou comunicado condenado o atentado, mas reiterando que a retomada das negociações seguirá conforme o planejado.

O presidente da ANP, Mah­­moud Abbas, foi informado do ataque quando estava reunido em Washington com a secretaria de Estado americana, Hillary Clinton.

Nabil Abu Rudeineh, porta-voz de Abbas, disse que a ANP sempre foi contra a morte de civis "de ambos os lados’’ e que o atentado de ontem reforça a necessidade de avançar com rapidez no processo de paz’’.

Rival da ANP, o Hamas aplaudiu a ação como "uma reação na­­tural aos crimes cometidos por Is­­rael e pelos colonos’’.

Cresce pressão interna em Israel

A divisão interna em Israel também parece ter alcançado um novo patamar às vésperas da nova rodada de ne­­gociações de paz com os pa­­lestinos. Centenas de artistas, professores universitários, ativistas e políticos se pronunciaram publicamente a favor de um boicote cultural e acadêmico aos assentamentos judaicos na Cis­­jor­­dânia.

Da lista de nomes famosos se destacam os dos maiores escritores israelenses da atua­­lidade: Amoz Oz, David Gros­­­­sman e A.B. Yehoshua.

A polêmica começou no sábado, quando 53 atores e diretores teatrais divulgaram uma carta afirmando que não se apresentariam no no­­vo cen­­tro cultural do as­­sen­­tamento de Ariel, que se­­rá inaugurado nos próximos meses.

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Interatividade

Qual a relação do ataque de radicais palestinos com o processo de paz que recomeça hoje em Washington?

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As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor.

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