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O grupo islâmico Hamas pediu aos palestinos da Faixa de Gaza nesta quarta-feira que não participem das eleições de janeiro convocadas pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, líder do movimento rival Fatah e que tem o apoio do Ocidente.

O Ministério do Interior disse que o chamado de Abbas por eleições parlamentares e presidenciais em 24 de janeiro é ilegal e foi emitido sem a concordância do Hamas e outras facções.

"Quaisquer preparativos eleitorais, comitês ou coleta de nomes serão considerados ações ilegais que vamos combater", disse o porta-voz Ehab Al Ghsain.

Ele disse que o Ministério instruiu as autoridades locais a não cooperar com Abbas, cujo partido secular domina a vida política na Cisjordânia mas foi praticamente expulso da Faixa de Gaza.

O Hamas disse que sua decisão inclui uma proibição à atual Comissão Eleitoral Central (CEC), que possui cinco escritórios na Faixa de Gaza, de operar sob ordens de Abbas.

Ghsain disse que o CEC atual não tem mais direto de realizar preparativos para a eleição, já que várias facções palestinas, incluindo Hamas e Fatah, tinham concordado, em conversações de união medidas pelo Egito, que seria formado um novo organismo eleitoral.

Enquanto isso, na Cisjordânia, o CEC pediu a funcionários que trabalharam em eleições passadas que entrassem em contato na Cisjordânia e na Faixa de Gaza para prepararem a campanha eleitoral.

O Hamas expulsou o Fatah da Faixa de Gaza em 2007, e as duas facções ainda são rivais acirradas.

Diferentemente do Fatah, o Hamas até agora vem resistindo a assinar um pacto provisório de reconciliação mediado pelo Egito, pelo qual a data da próxima eleição teria sido fixada como 28 de junho de 2010.

Analistas políticos dizem que a disputa em torno das eleições pode ser tática, deixando os dois lados com margem de manobra para recuar. Abbas já declarou que adiará a eleição se o Hamas concordar com uma reconciliação, e o Hamas já disse que aceitaria tomar parte em uma eleição que fosse realizada no próximo verão.

Um diplomata próximo das conversações mediadas por Cairo disse que, se não se chegar a um acordo nos próximos dois meses, Abbas não terá outra escolha senão seguir adiante com a eleição em janeiro.

Um jurista palestino disse que agora, já tendo emitido um decreto presidencial, Abbas não poderá adiar a eleição a não ser que o Parlamento concorde. O Parlamento não se encontra funcional no momento, em consequência das divisões entre Hamas e Fatah.

Alguns líderes do Hamas dizem que o grupo islâmico pode decidir realizar uma eleição separada na Faixa de Gaza em janeiro, o que prolongaria as divisões e converteria Gaza e Cisjordânia em entidades geográficas e políticas distintas.

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