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O líder do Hezbollah, xeque Hassan Nasrallah, disse nesta segunda-feira que sua guerrilha obteve uma vitória estratégica sobre Israel e que não é hora de falar em desarmamento do grupo.

- Há um erro no momento, tanto do ponto de vista psicológico quanto do moral - disse ele, referindo-se a comentários de vários políticos libaneses de que a milícia xiita deveria se desarmar.

O Hezbollah disse que se reserva o direito de continuar atacando tropas israelenses no sul do Líbano e Nasrallah afirmou ser lamentável falar em desarmamento imediatamente depois de Israel ter bombardeado e devastado partes do Líbano habitadas por xiitas.

- Isso é um erro, um erro grave. Realizamos um grande esforço para evitar reações [de seguidores do Hezbollah], porque o que aconteceu foi insultante. Peço às pessoas, aos amantes e simpatizantes da resistência, que passem adiante o que ouviram - disse o clérigo.

Foram disparados tiros para o alto nos subúrbios xiitas de Beirute para comemorar a fala de Nasrallah pela televisão, cerca de 12 horas depois de começar a vigorar uma trégua da ONU que suspendeu 34 dias de confrontos.

- Estamos diante de uma vitória estratégica e histórica, sem qualquer exagero - disse Nasrallah. - Emergimos da batalha com nossas cabeças erguidas, e é o nosso inimigo quem foi derrotado.

A resolução do Conselho de Segurança da ONU, adotada na sexta-feira, exige a retirada das forças israelenses do sul do Líbano e a ocupação da região pelo Exército libanês, com apoio de até 15 mil soldados de uma força internacional.

Nasrallah sugeriu que o Hezbollah está mais bem preparado para defender o Líbano contra Israel do que o Exército do país.

- Pode o Exército libanês, na sua atual situação e com a sua atual capacidade, travar uma guerra se tal guerra for imposta ao Líbano? - perguntou.

- A força internacional, mesmo que seja aumentada em 10 mil, 20 mil ou até 50 mil soldados, vai defender o Líbano contra qualquer agressão israelense? Isso está fora de questão - afirmou.

Ele prometeu que o Hezbollah vai reparar as casas danificadas por bombardeios israelenses e pagará um ano de aluguel e outros gastos para ajudar os proprietários de cerca de 15 mil residências destruídas.

A guerra começou em 12 de julho, quando o Hezbollah fez uma incursão em território israelense, matou oito soldados do país e capturou outros dois. O Estado judaico retaliou com intensos bombardeios, que mataram cerca de 1.110 libaneses, a maioria civis. O conflito também resultou na morte de 156 israelenses.

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