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Beirute – O grupo xiita libanês Hezbollah lamentou ontem o seqüestro de dois soldados israelenses em 12 de julho, que deflagrou um mês de guerra e deixou cerca de 1,3 mil mortos (90% do lado do Líbano). Num pronunciamento sem precedentes, o líder da organização, Hassan Nasrallah, disse ainda que aceita o envio da Força Interina das Nações Unidas (Finul) ao sul do Líbano.

"Não há qualquer problema com a Finul desde que sua missão não seja voltada para desarmar o Hezbollah", disse Nasrallah durante entrevista ao canal de tevê libanês NTV. Apesar de negar o desarmamento da milícia xiita, Nasrallah acrescentou que se as tropas do Exército libanês no sul do Líbano encontrarem milicianos armados, as forças nacionais terão o direito de recolher as armas.

O líder do Hezbollah lamentou o seqüestro de dois militares israelenses, afirmando que se soubesse que isto levaria a uma "guerra de tal amplitude", não teria capturado os militares. "Se soubéssemos que o seqüestro dos soldados nos levaria a isto, definitivamente não o teríamos feito". Os dois soldados foram capturados durante uma incursão do Hezbollah no território israelense.

Na mesma entrevista, o líder do Hezbollah revelou que negocia com Israel uma troca de prisioneiros: "As negociações para a troca de um preso começaram recentemente". Segundo Nasrallah, o porta-voz do Parlamento libanês, Nabih Berri, estaria agindo como intermediário do Hezbollah nas negociações, com Itália e Nações Unidas interessadas em se envolver nas conversações. Representantes de Israel, no entanto, informaram que não sabe dessas negociações.

Segundo Nasrallah, hoje está claro que nenhuma das duas partes (Hezbollah e Israel) "busca uma segunda onda" de enfrentamentos.

Nasrallah deu tais declarações na véspera de uma visita a Beirute do secretário-geral das Nações Unidas, Kofi Annan, que quer discutir com líderes libaneses a mobilização de cerca 15 mil soldados da Europa e de países muçulmanos no sul do Líbano, bem como questões relativas à segurança. Annan deve seguir também a Israel e outros países do Oriente Médio. Sua viagem abre caminho para as tropas de paz.

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