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Hillary diz que a aliança entre Estados Unidos e Japão continua | Pool/Reuters
Hillary diz que a aliança entre Estados Unidos e Japão continua| Foto: Pool/Reuters

A secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, e o ministro das Relações Exteriores do Japão, Hirofumi Nakasone, deverão estabelecer para março um encontro entre o primeiro-ministro do Japão, Taro Aso, e o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, informaram fontes próximas ao assunto.

"Eu vim para a Ásia na minha primeira viagem como secretária de Estado para comunicar que as relações da América no Pacífico são indispensáveis para enfrentar os desafios e aproveitar as oportunidades do Século 21", disse Hillary.

Hillary desembarcou no Japão nesta segunda-feira (16) para um tour pela Ásia, rompendo a tradição de seus antecessores de iniciarem a primeira visita ao exterior no cargo pela Europa ou pelo Oriente Médio. Segundo as fontes, uma definição preliminar sobre a data do encontro dos presidentes de ambos países deve acontecer no encontro que terão amanhã. Nesta terça, Hillary também deverá anunciar a participação de um funcionário do Departamento de Estado em uma conferência no Japão que reunirá doadores ao Paquistão.

A visita de Hillary teve como pano de fundo a retomada de um discurso mais agressivo da Coreia do Norte, que hoje, no aniversário de 67 anos do presidente Kim Jong Il, afirmou que tem direito ao "desenvolvimento de um programa espacial". O governo de Pyongyang usou o termo no passado para se referir tanto aos testes de mísseis quanto ao lançamento de satélites. Quando a Coreia do Norte lançou um míssil de longo alcance em 1998, afirmou que havia colocado em órbita um satélite.

Além dos encontros com os governantes japoneses e os líderes da oposição, Hillary assinará um pacto para retirar oito mil dos 50 mil fuzileiros navais americanos da base na ilha japonesa de Okinawa. Ele serão transferidos para a ilha de Guam, território dos EUA no Pacífico.

Hillary, que visitará também a Indonésia, a Coreia do Sul e a China, centrou o foco na crise econômica global e em questões relacionadas à segurança, incluindo a Coreia do Norte. Nas conversas com líderes asiáticos, Hillary ainda conversará sobre questões relacionadas às mudanças climáticas, os conflitos no Afeganistão e no Paquistão e à prevenção da proliferação de armas nucleares.

Horas antes de chegar ao Japão, a Coreia do Norte alimentou especulações de que se preparava para testar um míssil de longa distância, ao sugerir que daria prosseguimento ao lançamento de um foguete que seria parte de um programa espacial.

A Coreia do Norte fez testes com mísseis anteriormente, sob o argumento de que estariam relacionados ao lançamento de um satélite.

Os Estados Unidos e a Coreia do Sul dizem que a Coreia do Norte prepara o teste de um míssil de longa distância, o Taepodong-2, que teoricamente poderia atingir o Alasca.

O Japão considerou a visita de Hillary um sinal de que a nova administração manterá fortes os laços com seu mais antigo aliado dos EUA na região, apesar da ascendência econômica e geopolítica da China.

"Discutiremos como lidar com a crise econômica global, com as questões da Coreia do Norte, do Afeganistão e outras questões relacionadas à comunidade internacional e a região", afirmou o porta-voz do governo japonês, Takeo Kawamura.

"Discutiremos maneiras para fortalecer a aliança Japão-EUA. Acredito que também fortaleceremos nossa cooperação, entre o Japão e os Estados Unidos, na questão da Coreia do Norte", acrescentou.

COREIA DO NORTE - No encontro também deve vir à tona a delicada questão dos japoneses sequestrados pela Coreia do Norte nas décadas de 1970 e 1980, para treinarem espiões durante a Guerra Fria. Hillary concordou encontrar familiares dos sequestrados. "Nós queremos pressionar a Coreia do Norte a ser mais acessível com informações" sobre os sequestrados, ela disse hoje em Tóquio

Segundo ela, a Coreia do Norte precisa respeitar os pactos que assinou com a comunidade internacional para desmantelar seu programa nuclear. "Nós esperamos que eles cumpram as obrigações que assumiram", ela disse.

Hillary criticou implicitamente a administração anterior de George W. Bush, ao lembrar que em 1994 os EUA haviam assinado um acordo com a Coreia do Norte, durante o primeiro governo do seu marido Bill Clinton. Segundo o acordo, a Coreia do Norte desistia do seu programa de armamentos nucleares baseados em reatores de plutônio.

O acordo entrou em colapso quando a administração Bush acusou o governo de Pyongyang de manter um programa paralelo de enriquecimento de urânio. Como resultado, a Coreia do Norte retomou e acelerou seu programa de plutônio, construindo e detonando sua primeira bomba nuclear em 2006.

As informações são da Associated Press e da Dow Jones.

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