A secretária de Estado dos Estados Unidos, Hillary Clinton, condenou nesta segunda-feira (12) o "espantoso e inexplicável" massacre de 17 civis afegãos cometido por um soldado americano na região afegã de Kandahar, e prometeu justiça.
"Esse ato não reflete quem somos", defendeu Hillary na ONU, onde se mostrou "comovida e entristecida" pelos fatos de domingo no distrito de Panjwai, na província de Kandahar, onde um soldado americano atacou casas civis e disparou contra os moradores, incluindo crianças.
A chefe da diplomacia americana, que nesta segunda-feira participou do Conselho de Segurança em um debate sobre a "primavera árabe", descreveu diante da imprensa o incidente como "espantoso e horroroso", ao mesmo tempo em que ressaltou o "compromisso" do Governo dos EUA em levar os responsáveis diante da justiça.
"Há uma investigação completa em aberto e um suspeito está detido. Exigiremos a plena responsabilidade de qualquer pessoa envolvida", prometeu Hillary, quem reconheceu que os Estados Unidos têm vivido semanas complicadas no Afeganistão, após este incidente e o da queima de cópias do Corão.
De qualquer maneira, a secretária de Estado assinalou que "um incidente como este é inexplicável e coloca muitas perguntas", embora tenha indicado que espera que "todos entendam", dentro e fora do Afeganistão, que os Estados Unidos mantêm seu compromisso de ver ao Afeganistão avançar em direção a um estado próspero, democrático e seguro.
"Permanecemos comprometidos com o objetivo acordado com nossos parceiros: a sólida colaboração com o povo e o Governo afegãos, enquanto eles reforçam sua própria segurança e melhoram suas instituições democráticas", ressaltou.
As palavras de Hillary chegam depois que os talibãs prometessem "vingar" um massacre cujo suposto autor, de acordo com fontes oficiais citadas pela imprensa americana, é um sargento de 38 anos que tinha chegado ao Afeganistão pela primeira vez em dezembro passado, mas que já havia passado pelo Iraque.
O soldado, disseram fontes militares no Afeganistão, poderia ter atuado em meio a uma crise nervosa, embora a missão da Otan no Afeganistão (Isaf) continue investigando o que aconteceu.
O presidente americano, Barack Obama, pediu desculpas no domingo ao presidente do Afeganistão, Hamid Karzai, e prometeu que os Estados Unidos farão uma profunda investigação a respeito.



